Dienstag, 21. Juli 2009

Der Wanderer über dem Nebelmeer

~*~

Se até à falésia me abeiro
Para as tuas velas enfim olhar
E voando então sobre o mai
Tua luz me cegar como um raio

Se na nívea espuma entrar
Querer-me-á a maré impedir
Quererá a corrente impelir
E tu segues sempre no teu mar

Oh tão perdido estaria
E em toda a alma elevado
Com a voz ausente por fim diria

Este meu coração troveja
Das intempéries fortalecido
Em torrentes largas se abrirá.

Pedro A. Cosme e S.

***

Phoenix

Caríssimos, aqui estou...

Confesso andei tresmalhado em felicidades e depois - ÓMestre Epicuro como devia eu já saber! - andei perdido no abismo de mim próprio.

Mas agora retorno ardente, prestes a dar-vos o ultimo da minha carmina.

Montag, 20. Juli 2009

O Génio



«Libertaste-me! - pois, que desejas de mim?
Que te teça um manto com o fio do Horizonte?
Que faça brotar para ti, de uma só fonte,
Prata e ouro e mulheres e terras sem fim?

Que faça de ti um náufrago num mar de vinho?
Di-lo, apenas, e eu concretizo o teu desejo!»
- «Eu desejo... que cales o teu cacarejo
E me deixes alcançar tudo isso sozinho.»
- Rafael Silveira Neves

Mittwoch, 1. Juli 2009

Vai e Vem


«Vai e Vem»


Ela vai e vem, feroz e atroz,
Ela vem e vai, e nós os dois, tão sós...

Tão sozinhos na noite, eu e a minha maré
Consumimo-nos numa batalha de vagas:
Consome-me a maré em milenares chagas,
E eu, pétreo, vejo consumir-se a minha fé.

Ela vai e vem, feroz e atroz,
Ela vem e vai, e nós os dois, tão sós...

Sou uma rocha tosca que a Eternidade odeia,
Pois que envia a maré e seu eterno flagelo;
De esfomeadas ondas negras, presas de gelo,
E de garras de vento, até eu ser só areia.

Ela vai e vem, feroz e atroz,
Ela vem e vai, e nós os dois, tão sós...



Rafael Silveira Neves, 01/07/09

A Jaula e as Feras



«A Jaula e as Feras»


«Centos de doidos vivem nesse hospício
(Quem no diria, olhando cá de fora...?!)
E o Portão dança já no velho quício,
Dança, e faz entrar mais a toda a hora.

Trazem todos um sonho, um crime, um vício,
Foram imperadores longe, outrora,
E em seus rostos de espanto ou de flagício
Não sei que ausência atroz se comemora.

Faz medo e angústia olhá-los bem nos olhos;
E lá, por trás de grades e ferrolhos,
Estoiram de ansiedade desmedida.

- Meu corpo, ó hospício de alienados,
Abre-te aos meus desejos enjaulados,
Deixa-os despedaçar a minha vida!»

- José Régio