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Freitag, 29. April 2011

O Hospital


José P. saiu tarde do emprego, numa noite como esta.
À porta da empresa, tropeçou num grupo de mendigos cadavéricos deitados. Através dos seus olhos transparentes via-se a putrefacção de sonhos ingénuos acumulados ao longo de vidas que se arruinaram num abrir e fechar de olhos. Pediram-lhe dinheiro, por favor, algo para comer, por bondade; mas José P. não tinha nada.
Desceu as escadas imundas e entrou na estação inundada de massas disformes de mártires anónimos. Nas caras empalidecidas via-lhes o desespero; o seu silêncio plúmbeo tresandava a medo do futuro.
Foi aí que lhe ocorreu pela primeira vez que os túneis do metro, nos dias que correm, não são senão os esgotos ocultos das sociedades decadentes. Todo o pus segregado pela injustiça flui nos canais ininterruptamente: os incontáveis cansados, explorados, desempregados, cegos, imigrantes, estudantes esquecidos sonhando com a emigração, pequenos e médios empresários falidos, estagiários sem nome nem futuro, idosas solitárias que se alimentam de pouco mais que a amargura da velhice miserável, advogados agrilhoados em torres de intermináveis processos de insolvência.
Saiu e apanhou o autocarro para a sua cidade-dormitório, o império da insónia dos desempregados e dos pequenos comerciantes - que contam em angústia os segundos que faltam para perderem o subsídio ou para dívidas invencíveis vencerem. No caminho, pensou que como a noite estava escura e o Município tem dinheiro para criar para primos e camaradas de partido empresas que nascem deficitárias e inúteis, mas não para assegurar uma iluminação suficiente nas ruas, talvez ainda fosse assaltado e devia era andar depressa para chegar a casa.
Mas depois lembrou-se que não tinha dinheiro. Nem mesmo anel de noivado, que tinha entregue com grande relutância a um daqueles homens muito honestos que se vê por aí cada vez mais, daqueles que compram o ouro a pessoas quase falidas ao preço da chuva.
José P. lembrou-se que não tinha nada na vida, nunca teve, e nunca teria; e viu que lhe era completamente indiferente se era assaltado ou não. Mesmo que fosse, não tinha vontade de voltar a ir à esquadra e rogar insistentemente a mais um chui gordo, imbecil e imprestável o favor de lhe dar os tais impressos para não-sei-quê para os preencher antes que fossem definitivamente perdidos nos abismos da Administração Pública e da Justiça portuguesas sem que ninguém se voltasse a chatear com o assalto: nem o chui indiferente e inerte, nem o ladrão que dorme descansado na segurança da sua impunidade certa, nem os funcionários públicos bafientos ausentes na sua permanente indignação por os seus privilégios deixarem de ser tabu, nem o juiz frustrado com a desorganização patológica do sistema judicial que suspira de desgosto quando tem a certeza absoluta que acabou de ouvir ratazanas a fornicar dentro de um dos muitos buracos encharcados nas paredes da sala de audiências.
Das janelas do autocarro ainda passou pela parte rica da cidade, por breves momentos. E José P. conseguiu ver altos muros armados com alarmes protegendo vivendas de intocáveis de fato e gravata, intocáveis que se alimentam de jantares de negócios, que levam os filhos para o colégio de BMW e Jipe até à idade em que estes já podem conduzir o seu próprio BMW e Jipe para a Universidade privada. Também eles vivem com medo de serem roubados, mas não do desemprego ou da pobreza: afinal, conhecem um gajo, pá, que conhece outro gajo, pá.
Chegou à casa vazia e abriu a caixa do correio.
Viu que tinha chegado mais uma remessa de cartas do banco, de velhos amigos que tinham emprestado algum dinheiro em alturas difíceis e agora pediam amavelmente o dinheiro de volta, visto estarem eles próprios a apertar tanto o cinto que em breve estariam cortados em dois. Havia também inúmeras cartas das telecomunicações, da água e do gás e da electricidade, que exigiam mais e mais e mais ainda; afinal, podiam fazê-lo impunemente, como monopolistas ou oligopolistas, longe de um mercado livre guardado por Autoridades da Concorrência activas.
José Pedro suspirou, sentiu uma dor de cabeça profunda.
Como ia pagar aquilo tudo? Era impossível, agora que tinha voltado pela última vez a casa vindo da empresa. Lembraram-lhe que aquilo que ele tinha não era bem um contrato e que podiam fazer com ele o que quisesse.

De repente, a dor ficou ainda pior. Lembrou-se que para a semana tinha de pagar os impostos. Talvez se o banco lhe pudesse emprestar dinheiro? Mas agora já não emprestam dinheiro a ninguém para nada, ao passo que antigamente emprestavam a todos para tudo. Tirou a mão do bolso e saiu o talão do supermercado. Pegou nele antes de o pôr no lixo e, subitamente, desatou a chorar descontroladamente. Chorou como uma criança abandonada. O IVA já estava a 25% e ia de certeza subir de novo. E sabia que deles não sairia nada para o subsídio de desemprego agora até arranjar outro trabalho, ou para a reforma: ia, sim, para bónus de gestores públicos na casa dos 30-40 evidentemente inaptos para mais do que ir falar de bola e para almoços da sua Juventude partidária; aquele IVA ia, sim, para as indemnizações compensatórias de empresas públicas que são nados-mortos ou mortos-vivos económicos.

José P. não aguentava mais. Todos lhe exigem tudo o que tem e os seus filhos haveriam de ter, mas ele não pode sequer pedir impressos para não-sei-quê com a mais inocente facilidade.
Atirou-se do seu 5.º andar e caiu sobre a rotunda.
Os vizinhos, em alvoroço, chamaram a ambulância para levar o pobre Sr. P. ao Hospital.
Lá veio a ambulância, passados 20 minutos, que logo arrancou e levou José P., moribundo.

A viatura parou à porta do Hospital. Os enfermeiros coçaram a cabeça quando perceberam o que se passava e tentaram acordar José P.. Explicaram-lhe que pediam muita desculpa, mas que tinha havido um mal-entendido e que o tinham levado para o Hospital do Município, ignorando que as obras da sua construção ainda nem sequer tinham terminado. E ainda por cima, acabavam de reparar que se tinham esquecido de encher o depósito com gasolina.
Agora já era tarde demais. José P. ia mesmo morrer ali. Consta que as suas últimas palavras foram:
«Mas... então isto é assim? Eu a morrer e vocês nem têm o cuidado para ver se o Hospital está a funcionar? Mas não conseguem fazer o vosso trabalho?»
Ao que o enfermeiro respondeu, como qualquer português o teria feito:
«Isso das informações é lá com a central. Não é a minha área. Mas se quiser, dou-lhe o endereço do meu superior hierárquico para enviar uma carta a queixar-se. Só não garanto que algum dia alguém a leia.»





F. B. B.

Samstag, 23. April 2011

O Instituto


Ainda envolto e matinal, vestiu-se mecânica e agilmente entre a cálida Primavera dos raios que chegavam pela fresca janela. O Sol nascia... E enjoado pelo entusiasmo da insónia, cansado pela noite, mas animado pelo dia, saíra da cama e esvoaçava pela ligeira neblina até à estação.

Era o primeiro dia de uma nova etapa, ou pelo menos, assim o via. Entre o bulício do pequeno terminal entrava no comboio. Outros como ele se dirigiam hoje para a capital. Num deserto de caras conhecidas, não reconheceu ninguém e sentou-se numa cadeira sozinha ao pé da janela. Entre os carris, ruídos e fumos deixava a sua terra natal, a sua família e um conjunto de poemas bem conhecidos para dar o primeiro passo em direcção à sua independência e vida adulta.

Sem saber ao certo o que o esperava, de mãos abertas e sem qualquer tipo de expectativa boa ou má, deixava na mala o seu passado e procurava agarrar como louco fugitivo sedento de liberdade, a incerteza desse futuro que tanto temia mas pelo qual tanto ansiava. O comboio partia. Comboio do inconsciente, onde depositava todas as suas esperanças, sobretudo de encontrar algo completamente diferente e distinto dos bucólicos campos e das vastas planícies que hoje abandonava na janela da carruagem.

Já aninhado no calor da carruagem, distraído e sonolento, ignorava os conterrâneos e deixava lentamente embalar-se pelo metrónomo da velha linha... assistindo desligado às verdes planícies salpicadas de sobreiros e aldeias distantes que entre os caminhos e riachos, velhas estradas e pontes, lhe corriam pelos olhos da janela embaciada.

E neste sono acordado fluíam-lhe as águas apressadas de um inquieto e fresco riacho primaveril onde corriam todas as escolhas e eventos, todas as encruzilhadas que o tinham trazido até ao dia presente. E nas faces desses fios de água rápidos e transparentes, incisivos reflexos desse Sol que não conseguia encarar encandeavam-no, ferindo-lhe os olhos claros. Rapidamente desviava o olhar e o pensamento acordando, mas deixava novamente o sonho seguir em frente, ignorando todos os condicionamentos, medos e manias que corriam nessa cortina de água, reflexos e luz que impossibilitado de agarrar ou fixar na sua mente, agora desagoava na foz desta nova era... Pim! A carruagem engasga-se e arrancado desse fluxo, subitamente acorda. O comboio chegara.

Animado pela adrenalina do sobressalto, sai rapidamente do comboio e ignorando as multidões, atravessa a estação parecendo invisível à confusão matinal na grande cidade. Familiar às velhas ruas, deambulava até ao seu objectivo ainda perdido nos labirintos do sonho que tivera.

Mas sim, queria virar a página! Em boa verdade, nem faria sentido de outra forma. Queria acima de tudo esquecer esse passado e abraçar com esperança renovada o futuro que se aproximava inquieto, o que só era possível no gentil embalo da ingénua ignorância de si mesmo, correndo sempre para os seus longos braços depois dos breves momentos de consciência que o assolavam, esquecendo-se por completo do que fora, do que era... Sempre nessa ilusão, na esperança daquilo que virá...

E foi em passo apressado, num misto de optimismo e distracção que caminhou pelas velhas ruas do antigo regime, e lhe afloravam algumas destas emoções e pensamentos, enquanto revia mentalmente todo o jogo burocrático envolvido no misterioso processo de inscrição.

No entanto, e à medida em que resolvia mentalmente estas preocupações prácticas, por maior que fosse o esforço para esse conveniente esquecimento, o prisioneiro sedento e afogueado temia em todas as ruelas e esquinas desta nova vida, a velha polícia do passado ou a denúncia anónima de uma qualquer memória há muito esquecida.

E foi neste inquieto estado de alma que subiu a velha colina e depois a escadaria até aos ferrugentos portões do Instituto.

André Cunha

Sonntag, 13. März 2011

"Cruelty has a human heart..."


Cruelty has a human heart,
And Jealousy a human face;
Terror the human form divine,
And secrecy the human dress.

The human dress is forged iron,
The human form a fiery forge,
The human face a furnace seal'd,
The human heart its hungry gorge.


William Blake

Montag, 21. Februar 2011

A Caverna


Todas as coisas são uma ilusão,
Pálidas e pétreas sombras de verdade,
Reflexos que dançam grotescamente
Pelas grutas vãs da nossa ignorância;
Pelas profundezas da ingenuidade.

Todas as coisas têm fugazes sombras:
Gémeas falsas - e idênticas, porém;
Cópias iguais - e por isso imperfeitas:
Pois tudo no mundo é sombra e tem sombra;
Cópia de engano é engano também.

FBB

Samstag, 19. Februar 2011

Do Mito e da História


Meus amigos,

ultimamente tenho reflectido sobre algo que uma vez ouvi sobre a origem do nome do nosso país, "Portugal" e sobre um mito em torno do selo real usado por D. Afonso Henriques. Foi aposto em documentos tão importantes como o da doação de Tomar à Ordem dos Templários.

De acordo com a teoria mais pacífica, o nome "Portugal" deriva da conjunção dos nomes antigos do Porto e de Gaia (Portus e Cale).

De acordo com uma curiosa teoria (que roça as teorias da conspiração dan-brown-escas), a escolha do nome para o reino estará ligada ao rumor medieval difundido na Península Ibérica da Reconquista de que o Santo Graal teria sido trazido para o seu Sul, para a região que então era conhecida por Al-Andalus, e lá estaria escondido.

Reparem bem no selo. "Rei Afonso"; "Com seus filhos"; e no centro, dependendo da ordem com que se ler as letras, o resultado tanto pode ser "Portugal" como "POR TU GRAL". O pequeno olho no centro tanto pode ser um "o" como apenas decorativo. Neste segundo caso, o "R" maiúsculo que surge em baixo parece estar um pouco fora do sítio.
Dada a devoção conhecida de D. Afonso I, o selo chegou a levantar dúvidas (e para alguns teóricos da conspiração, ainda levanta) sobre se o Reino se baseava nas cidades de Porto e Gaia (que, curiosamente, tinham pouca importância em comparação com, por exemplo, Coimbra, Guimarães e Lamego...) ou se o Reino se basearia na busca da Cristandade pelo paradeiro do Santo Graal.

Da minha parte, penso que é uma lenda bonita. Também temos direito a preservar este tipo de mitos improváveis e loucos; não acreditaram os Ingleses loucamente que Jesus teria visitado a sua terra, tanto que Blake dedicou a esse acontecimento um poema, "Jerusalem", que ainda hoje é considerado como o hino não oficial de Inglaterra? Não acreditaram os franceses que Joana D'Arc teria mesmo tido contacto com Arcanjo Miguel?

São loucuras destas que fazem de nós um povo; tradições e mistérios que fazem de nós uma cultura antiga; lendas que de nós fazem uma nação.

Samstag, 5. Februar 2011

Mitologia judaico-cristã e greco-romana.




«O Senhor viu o quanto havia crescido a maldade dos homens na terra e como todos os projectos de seus corações tendiam unicamente para o mal. Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem na terra e ficou com o coração magoado. E o Senhor disse: "vou extreminar da face da terra o homem que criei e com ele os animais, os répteis e até as aves do céu, pois estou arrependido de tê-los feito". (...) durante 40 dias o dilúvio se abateu durante a terra. As águas cresceram e ergueran a arca, que se elevou acima da terra. As águas tornaram-se violentas e aumentaram muito sobre a terra de modo que a arca começou a flutuar na superfície das águas. As águas cresceram tanto sobre a terra que cobriram as montanhas mais altas que estão debaixo do céu. (...) Pereceram todas as criaturas que se moviam na terra, tanto aves, como animais domésticos, como animais selvagens, enfim todos os seres que fervilham sobre a terra, e todos os homens.» (GEN., 6-7)



«Após a geração de prata [do Homem, que teve na mitologia greco-romana quatro eras, correspondentes ao seu valor e bondade: a geração de ouro inocente, de prata, menos valiosa, e...] seguiu-se a terceira, a de bronze, de índole mais feroz, mais pronta para as horrendas armas, mais ainda não criminosa. Esta última é a do duro ferro. De súbito, todo o acto nefando irrompe nesta idade de metal menos valioso. Fugiram o pudor, a sinceridade, a lealdade, e no lugar destes, sucederam-se-lhes o logro, a traição, e as insídias, e a violência, e a criminosa paixão por possuir. (...) Já nem apenas as searas e os alimentos devidos se exigiam ao rico solo, mas descem pelas entranhas da terra abaixo, desatam a escavar riquezas que aquela ocultara e movera para junto das sombras do Estígio, estímulos para o mal. Já o pernicioso ferro de lá surgira, e o ouro, mais pernicioso que o ferro. E surge a guera, que luta recorrendo a ambos, e, com mão ensanguentada, brande as estrepitosas armas. Vive-se na rapina. O hóspede não está a salvo do hospedeiro, nem o sogro do genro: até a afeição entre irmãos é rara. O homem maquina a morte da esposa, e esta a do marido. As aterradoras madrastas misturam amarelentos venenos. O filho, antes do tempo, inquire sobre a idade do pai (...)
Então Júpiter quebrou de novo o silêncio [na Assembleia dos Deuses] com tais dizeres: (...) "A má reputação desta época chegara-me aos ouvidos. Desejando que fosse falsa, deslizo do píncaro do Olimpo e percorro as terras, deus sob uma aparência humana. Longo seria enumerar quantas malfeitorias eu descobri por toda a parte: a verdade era pior que a má reputação. (...) Julgá-los-ias conjurados para o crime: todos devem sofrer, quanto antes, o castigo que merecem. É a minha sentença." (...) Este convoca os rios. Depois de eles entrarem no palácio do seu rei, diz: "não temos tempo a perder com longas exortações. Derramai as vossas forças, abri as vossas mansões e, removidas todas as represas, lançai à rédea solta as vossas torrentes cá para fora" (...) Os rios transbordam e desabam nas planícies abertas, e arrastam colheitas e árvores, animais e gentes (...) Já o mar e a terra não ofereciam qualquer distinção: tudo não era mais que mar, mar a que faltavam costas (...) Sob as águas, as Nereides vêem pasmadas bosques, cidades, casas; golfinhos ocupam florestas e chocam contra altas ramagens, embatem e abanam os carvalhos. Nada o lobo entre as ovelhas, a onda leva fulvos leões, tigres leva a onda; de nada vale a força das fulminantes presas ao javali, ou velozes pernas ao cervo arrastado. E, após longamente procurar terra onde pudesse pousar, a ave vagueante vai no mar com as asas exaustas. O desatino desmesurado do mar sepultara montanhas, e vagas inéditas embatiam nos píncaros das serranias.»
(Ovídio, Metamorfoses, Livro I, versos 125-312)

Gostava apenas de salientar um pormenor que acho muito interessante. Apesar da semelhança das descrições do castigo da humanidade por um dilúvio, Ovídio escreveu as Metamorfoses antes do ano 8 d.C., pelo que é improvável que alguma vez tenha tido contacto com as crenças hebraicas, então apenas situadas num cantinho do Império quase não romanizado. Quer porque a Palestina se situava muito longe de Roma e da Grécia onde viveu e viajou, quer porque antes do Cristianismo, as religiões monoteístas eram muito reservadas e não tinham pretensões de expansão, pelo que não havia implantação apreciável de uma cultura judaica/judaico-cristã em Roma.

Acho apenas interessante que esta noção de uma era de pecado passado longínqua seguida por uma punição por dilúvio seja comum, aparentemente, a várias culturas e religiões da Antiguidade que não contactaram quase nada entre si.

Freitag, 14. Januar 2011

Novo membro


Caros amigos, por este meio se declara que o Jardim acolhe no seu seio Hélder Santos Correia, o seu mais recente filho. Nele, teremos uma contribuição diferente e valiosa de alguém que pensa de forma bastante diferente da maioria dos tradicionais membros desta Casa. Finalmente, sem helenices nem latinices nem galicismos nem germanismos: alguém que preza, pura e simplesmente, a cultura e a tradição portuguesa e o que nelas há de melhor!
Que longa e agradável seja a sua estadia entre nós!

Dienstag, 7. Dezember 2010

Decreto-II

Caras amigas e amigos,

até terminar a duração do processo de reestruturação desta casa, e devido ao baixo nível de alguns comentários deixados por uns chauvinistas medíocres que não hesitam em usar o termo "paneleiro" pejorativamente para se diferenciarem na sua macho-alfeza, mas mesmo assim, se escondem como ratazanas no anonimato, decidi passar a sujeitar todos os comentários aos posts ao meu consentimento.

Não permito que profanem com o vosso baixo nível um projecto colectivo baseado numa ideia de fraternidade.

Atentamente,

F.

Dienstag, 12. Oktober 2010

Bem vindos a....



... Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch!

..... A povoação na Europa com o nome mais comprido!Adicionar imagem

Donnerstag, 23. September 2010

Verdade Universal e Insana n.º 4


Verdade Universal e Insana n.º 4:

«Os cães são como lobos sem pinta»

Pensem em lobos maus. Por piores que sejam, terão de admitir isto: São maus em conjunto, vivem em estruturas organizadas, cultivam valores de força e protecção da comunidade. Correm e caçam livres, são corajosos, e a sua crueldade valeu-lhes a sua elevação a pequenos deuses da noite e da guerra.

Pensem agora em cães patetas. Poderá alguma criatura ser mais patética que um cão? vemos neles lealdade, mas na verdade são apenas servis; chocam contra coisas; e agitam alegremente a cauda como se fosse o estandarte da sua estupidez. São ciumentos. Ladram de medo quando se deparam com coisas que lhes são desconhecidas. Em suma, as piores características dos cães são as piores características do Homem. Não admira que sejam melhores amigos.
Somos todos patetas. Mas estranhamente encantadores.

Donnerstag, 16. September 2010

Jerusalem


And did those feet in ancient time.
Walk upon Englands mountains green:
And was the holy Lamb of God,
On Englands pleasant pastures seen!

And did the Countenance Divine,
Shine forth upon our clouded hills?
And was Jerusalem builded here,
Among these dark Satanic Mills?

Bring me my Bow of burning gold;
Bring me my Arrows of desire:
Bring me my Spear: O clouds unfold!
Bring me my Chariot of fire!

I will not cease from Mental Fight,
Nor shall my Sword sleep in my hand:
Till we have built Jerusalem,
In Englands green & pleasant Land.

William Blake

Sonntag, 27. Juni 2010

O Polvo. O outro!


É por estas e por outras que eu adoro os alemães!

Montag, 31. Mai 2010

Eleições em Reykjavik

Meus caros, os tempos estão mesmo difíceis.

Em épocas de profunda crise política, assiste-se sempre à ascensão de grandes partidos... O Partido Comunista da União Soviética... O Partido Nacional-socialista... A União Nacional... de um modo mais democrático, os Lib-Dem's no Reino Unido...

E agora, o chamado "Besti Flokkurinn" - "o melhor partido" - da Islândia, que ganhou este fim-de-semana as eleições em Reykjavik! As cinzas do vulcão não parecem estar a fazer muito bem a esta gente...

por favor, vejam este link!

http://www.telegraph.co.uk/news/newsvideo/7768742/Besti-Flokkurinn-Simply-the-Best-video.html

Freitag, 12. März 2010

O Vocábulo do Ano

Hexacosioihexecontahexafobia

Freitag, 5. März 2010

Muito Bom



Amigas e Amigos,

hoje sugiro-vos que vejam este clássico dos Monty Python.

Mittwoch, 10. Februar 2010

Um novo membro


Imperatoriam maiestatem non solum armis decoratam sed legibus opertet esse armatam - Justiniano I

Caríssimos,


é por este meio que anuncio ao mundo cruel a iniciação de Tiago Vahía Pessoa - o Pessoa - na irmandade do Ars Vitae. Os números equilibram-se: três físicos e dois juristas. Longa vida à sua nobre alma poética e republicana, à sua amável insanidade, ao seu intelecto e ao seu incomparável humor!

Que nos ilumine o nosso Jardim com muitos e variados posts. A nossa majestade imperial conjunta será armada também com o Direito!

Donnerstag, 14. Januar 2010

Adopção por casais gay

http://www.youtube.com/watch?v=1o4YUY4feys

Quanto à adopção por casais homossexuais, é isto que tenho a dizer. Um vídeo muito bem feito.

Samstag, 9. Januar 2010

Anuncio

O Cosme irá pronunciar-se, em jeito de "day after", por sentir que a turba anda mais equivocada do que o usual, mas depois jura que é a última vez porque já deixou de ser socrático o suficiente (ou masoquista) para encaminhar a grei no sentido da luz e do Sol já que ao que parece estão tão quentinhos na caverna (agora se calhar até já têm o Avatar em 3D e tudo... tempos modernos)

Donnerstag, 19. November 2009

Saída

Como a morte merecem
E memória alguma
Os sapientes senhores

Que criaram morais,
Os ascéticos costumes,
E vacuídades tais.

Basta. Não o queremos,
Vede como está podre
Vosso forte Behemoth

Não é a felicidade
Um estado ou espírito
Ela é sangue e alma

E há de surgir em glória
Fulva, queimando o ar,
No seu exortivo canto

19 de Novembro de 2009
Pedro A. Cosme e S.

Mittwoch, 18. November 2009

Vazio

A minha vida enoja-me
Com tanta força como a de,
Imersamente, existir
No seio do vazio, que

Forte se expande na alma.

Latejando que ressoa
Os longínquos sinos graves
Do Mundo que ver não se pode
Mas nele se crê e confia.

O Pensamento o contém.

Intangível, mais que sonhado
Ou almejado, é suposto.
Qual utopia de cristal
Em que o Eu a luz recebe.

Ah, porque é tudo sem luz?

Podia ao menos ser escuro
Assim repousaria quedo
Estando condenado certo
Não apenas entorpecido,

Nas águas tumultuosas.


17 de Novembro de 2009
Pedro A. Cosme e S.