Sonntag, 27. Juni 2010

O Polvo. O outro!


É por estas e por outras que eu adoro os alemães!

Freitag, 18. Juni 2010

à propos José Saramago


Como terá sido impossível escapar à atenção de algum, morreu hoje, pelo fim da manhã, José Saramago. E deste modo, quero antecipar-me a eventuais comentários dos meus colegas bloguistas e afirmar, sem reservas, que gosto de José Saramago, e especialmente de toda a sua arrogância.

Donnerstag, 17. Juni 2010

O Ídolo Pessoal


Algo que me repugna ultimamente é a forma como nós em Portugal, ao contrário do que se fez noutros países que passaram por regimes ditatoriais, branqueámos completamente aquilo que foi o Estado Novo, e esquecemos aquilo que o regime realmente foi.

Sugiro apenas que vejam, para começar, esta magnífica foto de sua Excelência, o Presidente do Conselho, o Senhor Professor Doutor António de Oliveira Salazar, no seu escritório. Alguém reconhece o senhor que está na fotografia - já agora, autografada! - sobre a secretária?

O vencedor

Fernando Pessoa e os seus amigos imaginários ganharam a nossa sondagem sobre quem foi o melhor poeta português de todos os tempos.

Parabéns ao Nando!

Sonntag, 13. Juni 2010

Verdade Universal e Insana n.º 3

Há combinações de comida que nunca devem ser experimentadas.

Entre elas, a mais mortífera será um jantar exorbitantemente picante, acompanhado por uma sobremesa constituída apenas por ameixas secas.

Donnerstag, 10. Juni 2010

Revisão constitucional


Proposta de alteração ao n.º 1 do artigo 33.º da Constituição da República Portuguesa:


Artigo 33.º
(Expulsão, extradição e direito de asilo)

1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território nacional, com excepção dos cidadãos mencionados nas alíneas seguintes:

a) S.A.R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte;
b) S.A.R. a Duquesa de Bragança, Senhora Dona Isabel;
c) S.A.R. o Príncipe da Beira, Dom Afonso Santa Maria de Bragança;
d) S.A. a Infanta Dona Maria Francisca de Bragança;
e) S.A. o Infante Dom Dinis Santa Maria de Bragança;
f) S.A. o Infante Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu;
g) S.A. o Infante Dom Henrique de Bragança, Duque de Coimbra.


(publicado originalmente no Moção de Censura)

A Stoa


Caras Amigas e Amigos,

Esta noite, algo de extraordinário aconteceu.

Estava eu, à meia noite agreste, lendo lento e triste tomos vagos e curiosos de ciências ancestrais, e já quase adormecia, quando ouvi o que parecia alguém a bater-me à janela. Apenas o vento, e nada mais, pensei.

Mas o vento insistia demais para ser apenas vento. Portanto abri a janela e procurei o que fosse.

Era um Mocho - e não um corvo!... - com o elmo e a lança de Atena, que fixava em mim os seus enormes olhos, como dois poços escurecidos pela sabedoria acumulada de três mil anos.

"vem comigo" disse o Mocho. E assim foi.

Julgando-me a mim mesmo louco, por abandonar os meus vagos tomos tristes, que me consomem nas horas vagas em que não sou eu que os consumo, para sair de casa a meio da noite para perseguir um Mocho, sob uma chuva surpreendentemente fria para Junho.

Louco, seguramente.

E o Mocho levou-me para longe. Para os campos. Para um lugar ermo, sem árvores, no topo de uma colina escarpada, coroada por inexplicáveis blocos de mármore quebrados, envelhecidos, mastigados pelo Tempo e meio enterrados no solo.

Aí, iluminado pela lua silenciosa, o Mocho falou de novo.

"Água ou oliveira?"

E eu não soube que responder.

"Água ou oliveira?" insistiu o Mocho, indiferente à minha perplexidade.

O frio e a perseguição de um Mocho falante, com elmo e lança, em época de exames, pelos campos fora, a meio da noite - que excelente desculpa para procrastinação! - já me parecia uma situação tão absurda que achei que a única coisa que poderia fazer sentido era que eu desse uma resposta fundamentada.

"água todos têm." - respondi - "mas a oliveira dá fruto, alimento, e riqueza".

E o Mocho deu a sua sentença, solene e orgulhoso: "És digno". E depois voou para longe e desapareceu na noite.

De repente, a terra à minha frente começou a borbulhar. Uma oliveira nascia e crescia e envelhecia à frente dos meus olhos, apenas em alguns segundos, ganhando proporções que apenas atingiria passados milénios.
E quando terminou de crescer, notei que um dos seus ramos formava um braço com uma mão indicando algo.
O seu dedo apontava para uma lápide.

Desenterrei-a, com esforço, e limpei-a da terra e do pó que a cobriam, e tentei ler a sua inscrição com a luz da lua:

ἀναμνημονεύω

E eu soube imediatamente o que fazer. Erguer a nossa Stoa.

Dienstag, 8. Juni 2010

E esta, hein?

Coisa boa para esfregar na cara dos nossos amigos com reservas sobre a adopção por casais homossexuais.

Sonntag, 6. Juni 2010

Hoje acordei assim (para variar)


Fazia falta uma Constituição Europeia e um artigo, deste género, baseado num preceito constitucional norte americano :

« Esta Constituição, as leis dos Estados Unidos da Europa adoptadas em sua execução e todos os tratados celebrados sob a autoridade dos Estados Unidos da Europa constituirão a Lei Suprema da União. Os Juízes de todos os Estados devem-lhes obediência, ainda que as leis de algum Estado ou a sua própria constituição disponham o contrário. »

(publicado originalmente no Moção de Censura)