Dienstag, 31. August 2010
O Regresso
Vi-te nascer com um nome que não era o teu.
Vi-te florescer e perecer no pó e a definhar numa qualquer letra incógnita, num livro escondido na biblioteca dos teus pais.
E sempre ressuscitaste. Nem sabia como. Renascias, com o mesmo nome, que não era o teu, num verso arrancado à tua existência - segregado pela tua alma envelhecida com as dores de um parto muito tardio.
Onde estás tu agora? Mostra-te; respira; respira-te! Vive de novo, porque te cheguei a compreender como ninguém e as horas que conto para o teu renascimento são horas que contam os loucos para o meu fim.
Ingrato! Volta para mim, cobarde! Por vezes oiço-te os vítreos passos apressados, escapando de mim nas sombras pensantes; vejo os teus fugitivos contornos ígneos na loucura alheia e na alegria efervescente de quem amo; cheiro a tua presença breve e frágil, ó cisne de cristal no rebentar da onda, ó gaivota de papel no rugido da tempestade!
Cavaleiro errante! Poeta prematuro! Renasce!
Dança na ponta dos meus dedos, profeta mudo de palavras vazias!
Falso Moisés de mares de tinta! Regressa a mim!
Filho bastardo do sonho e da insónia! Onde estás?
- «Assina, Mestre, e a ti volto - como o filho pródigo ao pai regressa.»
Rafael Silveira Neves
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Samstag, 21. August 2010
[[[[[Work in progress]]]]]
Cada despertar rompente
De tudo o que é novo
Ao espírito dolente
Em verde s'ergue viçoso
E firmes sombras projecta
A pequenez ante elas
Engrandece temerosos
Que desejam não mais,
Desafiantes desditos,
Que da volúpia fresca
Tragos serem larguíssimos
(...)
De tudo o que é novo
Ao espírito dolente
Em verde s'ergue viçoso
E firmes sombras projecta
A pequenez ante elas
Engrandece temerosos
Que desejam não mais,
Desafiantes desditos,
Que da volúpia fresca
Tragos serem larguíssimos
(...)
Escrito no telemóvel ontem às 4:30 da madrugada
e claramente à espera de final.
e claramente à espera de final.
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