Donnerstag, 18. Juni 2009

Demasiado Humano


DEMASIADO HUMANO


Escancarei, por minhas mãos raivosas,
As chagas que em meu peito floresciam.
Versos a escorrer sangue eis escorriam
Dessas chagas abertas como rosas...

Assim vos disse angústias pavorosas
Em versos que gritavam... ou sorriam.
Disse-as com tal ardor, que todos criam
Esse rol de misérias fabulosas!

Chegou a hora de cansar..., cansei!
Sabei que as chagas todas que aureolei
São rosas de papel como as das feiras.

Que eu vivo a expor minh'alma nas estradas,
Com chagas inventadas retocadas...
Para esconder bem fundo as verdadeiras.



- José Régio

3 Kommentare:

Kikas hat gesagt…
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Kikas hat gesagt…

Dominado por espírito melancólico e introspectivo nos últimos tempos, Filipe?

Seja como for, "Luz" é um poema muito bonito, este "Demasiado Humano", tenderá a ser ideal somente em certas alturas.

frederico prometeu sol hat gesagt…

Não acho que o que possa ter a dizer seja adequado para por aqui. Mas talvez terás maior paz.