Sonntag, 11. Juli 2010

Do direito e do Mundial

«As empresas a quem não dá jeito nenhum que a Espanha ganhe

A febre chamada Mundial levou determinadas empresas a lançarem campanhas condicionadas pela prestação da selecção espanhola na África do Sul. Agora, o aumento das probabilidades de a Espanha se sagrar campeã mundial está a gerar uma onda de preocupação. Empresas como a Media Markt e a Toshiba bem podem desejar que Espanha perca amanhã frente à Holanda. Caso contrário, serão obrigadas a reembolsar os seus clientes devido às suas campanhas de marketing agressivas.

A associação de consumidores espanhola Facua já alertou os clientes para que façam as suas reclamações caso as empresas não cumpram com o prometido.

A Media Markt é apenas uma das empresas que pode sair prejudicada. No entanto, a empresa tem chamado a atenção para todas as letras da campanha, que dizia que a empresa só devolveria o dinheiro aos seus clientes se Espanha ganhasse todos os jogos. É das poucas que pode festejar a vitória sem preocupações: a ressalva "ganhar todos os jogos" permitiu-lhe respirar de alívio logo no primeiro jogo da "Roja" contra a Suíça. Alguns consumidores ainda reclamaram, mas a Facua esclareceu: na campanha da Media Markt não houve publicidade enganosa nem "abuso de letra pequena": o texto do slogan era "muito claro".

Outras empresas não foram tão cautelosas como a Media Markt. A Panda Security, que comercializa antivírus, ofereceria aos seus clientes o mesmo número de licenças do produto que tivessem comprado em qualquer loja durante os meses de Abril, Maio e Junho. A Tom Tom, fabricante de GPS, lançou uma campanha com um apelativo "Se a Espanha ganhar, devolveremos o seu dinheiro": incluía o reembolso de quatro modelos mediante uma vitória espanhola. A PC City prometeu oferecer 10 euros por cada golo de Espanha no Mundial (excepto os que resultassem de penalti) a quem comprasse uma televisão de pelo menos 32 polegadas com tecnologia Led. A Toshiba prometeu reembolsar os compradores de televisões e de portáteis de gama média e alta adquiridos entre 10 de Abril e 10 de Junho. Com essa campanha contava vender 20 mil unidades, o dobro do habitual. Se Espanha ganhar, pode ficar a perder. A cadeia de hipermercados Carrefour não ficará melhor: Espanha ganha e a cadeia perde, nada mais, nada menos, do que um milhão de euros.»

por Sívia Caneco
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