Montag, 19. Mai 2008

O Rei de Thule (Goethe)

Es war einst ein König in Thule,
Gar treu bis an das Grab,
Dem sterbend seine Buhle
einen goldnen Becher gab.

Es ging ihm nichts darüber,
Er leert' ihn jeden Schmaus;
Die Augen gingen ihm über,
So oft trank er daraus.

Und als er kam zu sterben,
Zählt' er seine Städt' im Reich,
Gönnt' alles seinen Erben,
Den Becher nicht zugleich.

Er saß beim Königsmahle,
Die Ritter um ihn her,
Auf hohem Vätersaale
Dort auf dem Schloß am Meer.

Dort stand der alte Zecher,
Trank letzte Lebensglut
Und warf den heil'gen Becher
Hinunter in die Flut.

Er sah ihn stürzen, trinken
Und sinken tief ins Meer.
Die Augen täten ihm sinken,
Trank nie einen Tropfen mehr.

(tradução de Mário de Sá-Carneiro)

Em Thule outrora reinou
Um rei fiel e constante
Ao qual moribunda a amante
Um copo d'ouro deixou.

Quando o rei [d]ele bebia
Todos os dias à mesa;
Cheio de dor e tristeza
Em pranto se desfazia.

Ao sentir chegar a morte
Reuniu na mesma sala
Em um banquete de gala
Toda inteira a sua corte.

Fora nesse mesmo dia
Que o seu herdeiro chamara,
O rei, ao qual deixara
Os bens, todos que havia.

Porém o copo adorado
D'amor tão doce lembrança
Não fez parte da herança,
Tinha-o ele separado!

O mar ficava fronteiro
À sala em que se jantava
Diante do rei la estava
O seu fiel companheiro.

De beber tendo acabado
Ergue o seu braço tremente...
E ao mar rapidamente
Por ele o copo é lançado!

Mas quando desaparecia
Quando já tocava o fundo
Deixava o bom rei o mundo,
Cerrando os olhos morria.

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