Beija-me o meu peito mudo,
Talvez nasça um coração!...
Vesti em luvas de veludo
As garras da minha mão.
Sente como são macias;
Sente como são tão falsas;
Que eu nem sinto a luz dos dias
Que fogem em escuras valsas.
Beija os meus lábios de ferros
E eu ferro-os na tua boca.
Ouves cantos onde há berros
Que ecoam numa alma louca.
Alma louca e oca que dança;
Que dança ao mudo compasso
Do seu peito sem esperança,
Das valsas negras do espaço.
Rafael Silveira Neves, 02.11.08
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