“Ai de mim!”, disse o rato, “o mundo vai ficando dia a dia mais estreito”.
“Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair”.
“Mas o que tens a fazer é mudar de direção”, disse o gato, devorando-o.
“Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair”.
“Mas o que tens a fazer é mudar de direção”, disse o gato, devorando-o.
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(seria fascinante ler as vossas interpretações disto...)
3 Kommentare:
Nem sempre se pode evitar a ratoeira e, muitas vezes,somos nós próprios que perante o abismo queremos cair/deixar-nos ir, por mais irracional que isso possa parecer e seja.
O sentimento de pertença? Parece essencial. Daí do mundo tão largo, irmos correndo até vermos ao nosso lado os muros e, talvez no "fim" do caminho a ratoeira.
Mudar de direcção? Sempre que possível. As escapatórias ao longo do caminho são capazes de ocorrer mas serão viáveis? Talvez não. Ver o que está no fim do caminho,no fim dos muros terá sempre mais força pela curiosidade...pela sensação de vida cheia, quente...de vida!
Quem sabe se deixarmo-nos cair não é a melhor solução? Poderia no limite, eliminar a ideia de que existe uma ratoeira, um abismo que se 1º te devora pelos desejos, depois tenderá a devorar-te pela falta ou peso da tua escolha.
No final, perceberás que qualquer que fosse o teu caminho e escolha, não serias necessariamente mais feliz, talvez somente mais vivo.
Eu tinha um rato no quintal, o sacana comia a comida que o meu gato não comia e o cabrão do meu gato não o comia. O rato era grande...
O que aconteceu foi que mais uma vez encontrei o rato ao prato do meu gato e o meu gato de longe o ignorava. Quando eu me aproximei o rato fugiu para dentro de um buraco. Eu, pragmático, fechei o buraco com um pedregulho. O rato já não é mais um animal chato, está morto.
Moral da história, o problema do rato foi exactamente fugir, foi ele que se encurralou. Talvez se ele tivesse enfrentado o gato de frente poderia ter dado origem a uma conclusão menos consequente. Não sejas apanhado de costas!
absolutamente genial, Iko...
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