Albatroz
Da linha do horizonte abstracto
Co'a brisa volátil do oceano
Vem céu e mar rasgando sem ter rumo
Sempre a luz terna que o aquece
E enquanto dura tudo promete
Nas revoltas águas se evade
Volteando a espuma agreste
Que é ele voando e não é
Contra o seu próprio ser se bate
A bruma antiga rasga errático
Mas nela se banha voluptuoso
De si tristemente escarnecendo
Espera sem fortuna o momento
Em que pelo crepúsculo planar
E no mar a figura espelhar.
Pedro A. Cosme e S.
***
***