Há assuntos que devem ser debatidos com toda a simplicidade, por isso vou começar por vos contar uma história...
Ontem sensivelmente a meio de um passeio que fiz com um amigo meu, repousamos num café que costumo frequentar (e recomendo, o Fba no bairro alto) onde me pus a viajar por entre as várias prateleiras de livros que este tem... Até que, por fortuito acaso do destino, me deparei com um livro de suposta educação sexual, e já compreenderão o meu "suposta", este livro, tomando partido de uma personagem conhecida da animação infantil francesa, apresentava os varios e tortuosos meandros da sexualidade e do sexo de uma forma clara, direcionada e doutrinada não fossem os meninos adolescentes e pré-adolescentes a quem o livro se dirigia perder-se nesse horrível pântano da existência que é o sexo e a sua vivência. Vejamos os três pontos fulcrais do livro, completamente errados (na minha perspectiva claro):
Numa primeira parte, de pendor ciêntifico eram apresentadas as mudanças corporais e de comportamento da puberdade, neste primeiro ponto deu-se o primeiro deslize... caindo no ridículo, numa das páginas, muito ilustradas, explicava-se que os rapazes não têm o periodo. Verdade - claro - mas "informar" um rapaz de 13 ou 14 que ele não terá o periodo é chamar-lhe ignorante, pois não sejamos naives: com essa idade já muito sabem, quer eles quer elas, sobre as questões da sexualidade e portanto não nos podemos apresentar como se eles fossem uma nulidade na matéria, o que levaria unicamente ao escárneo por parte dos adolescentes, como em qualquer momento de educação temos de saber ser humildes enquanto formadores.
Numa segunda parte (muito mais caricata) era apresentado um... chamemos-lhe manual técnico... onde se "ensinava" aos debutantes lições tais como: "Como dar um beijo de língua" não esquecendo obviamente "Como fazer amor" nestas secções aprende-se que os ingleses não gostam de "beijos molhados" e que não se deve rodopiar demasiado a lingua dentro da boca de alguém (infelizmente não indicavam as rpm máximas) e acima de tudo aprende-se como fazer amor ou seja: posição do missionário, eventualmente a única permitida pela ASAE.
Como não poderia deixar de ser, havendo um bom editor, o expoente máximo do livro ficava na na terceira e ultima parte do livro, dedicado inteiramente às perigosas dúvidas que os pupilos pudessem ter... E nela se apresentava o supra sumo das ignorantes frases , atentemos:
"É normal alguns rapazes sentirem atracção por outros rapazes, isso altera-se com a idade"
Como quem me conhece pessoalmente decerto perceberá esta acima de qualquer outra afirmação chocou-me profundamente! Desde cedo me sei homossexual e já passei demasiado devido a isso para agora me dizerem que enfim é um azar que daqui a uns tempos passa.
Pois é, podem não acreditar mas era esta a referência à homossexualidade existente num livro de que se esperava ser clarificador e mais que isso estabilizador para os jovens, pois efectivamente a meu ver mais que bombardear as pequenas mentes com informação distorcida e endoutrinante há que os colocar à vontade com a sua sexualidade quantas vezes complexa e dificil de entender (Eu no 6º e 7º ano ia dando em doido).
Tudo isto além de mais uma vez me demonstrar o quão crua e ignorante a main stream da sociedade pode ser (por acaso não sei porque ainda me dou ao trabalho de contabilizar) relembrou-me que se pretende introduzir a obrigatoriedade da educação sexual nas escolas e assustou-me ao ver como tal pode ser tão mal direcionada e efectuado. Mas enfim o que vale é que nós ocidentais ficamos muito escandalizados com as crianças muçulmanas a decorar apenas e só o Al-Corão... nós somos muito diferentes para melhor. Não somos ?
Keine Kommentare:
Kommentar veröffentlichen