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Ele poderá jurar que não te ama;
que os seus passos são fruto
da vontade inquebrável do dito Homem
e não gotas nebulosas de licor de éter
harpejadas por um festivo e pré-determinado destino.
Ele poderá jurar que não te ama;
que o escarlate e ridente Sol do amanhecer
não abençoa a Terra turva:
as nuvens gotejantes
de orvalho escarlate e ridente
são rubis.
E poderá jurar que não te ama;
e que a Terra turva tornada tiara imperial
do mecanizado Universo há muito desenhado
não foi colocada nele para virar e revirar, dançante,
e velar terna pelo radiante e generoso Sol:
grata pela bênção diária.
Poderá jurar que não te ama:
E no entanto, move-se.
Rafael Silveira Neves
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