Mittwoch, 9. Dezember 2009

Glosando o Mote «ao ver a sua alma envolta no escuro»


Ao ver a sua alma envolta no escuro;
Vendo o bruto peso da sua cruz,
Perguntei se eu era passado ou futuro;
Se para ela era sombra ou se era luz.


Ao ver a sua alma envolta no escuro,
Vi que se tinha apagado o meu céu
- Dia que morre, e não amanheceu;
Barco que naufraga em porto seguro.

Vendo o bruto peso da sua cruz,
Quis erguê-la como se fosse minha;
Quis morrer antes de ter de a ver sozinha;
Mas recusou-mo - e por isso propus:

Perguntei se eu era passado ou futuro;
Se podia coroá-la com a manhã;
Se era o seu anjo ou uma esperança vã
E se as suas chagas causo, ou se as curo...

Se para ela sera sombra ou se era luz
Mo disseram seus olhos, negro espelho:
...«és o passado, um triste sonho velho,
Que o teu amor pelo Inferno conduz!»


Filipe Bastos, 09.12.2009

3 Kommentare:

Maria Paulo Rebelo, hat gesagt…

Parabéns ao poeta que este texto está divinal!

André Cunha hat gesagt…

pim

Filipe hat gesagt…

pim indeed.