Sonntag, 14. November 2010

A Vinda



A VINDA

(Dedicado a MPA).


Num tempo longínquo e distante,
Em que ainda era novo o Mundo,
Dormia num sono profundo
E sob estrelas de diamante
Uma nobre princesa errante.

Os seus caracóis eram escuros,
E escura era a sua montada.
Vivia a cavalo, exilada,
Longe dos homens vis e duros,
Da Babilónia e dos seus muros.

Por ordem do Imperador,
Baniu-se a sua dinastia.
Por isso, exilada vivia,
Confortada pelo rumor
Doce do vento do alvor.

Certo dia, encontrou uma Torre
Ascendendo aos céus, de marfim,
No meio de um imenso jardim
Onde o licor em rios corre,
E a flor de laranjeira não morre.

Passou os prateados portões
E soube que era o seu reino novo,
Pois lá a esperava todo um povo,
Cantando-lhe alegres canções,
Montado em cisnes e pavões.

Em cisnes e pavões montado,
O povo cantava feliz,
Por fim, chegava a Imperatriz
Que tanto tinham esperado,
Com quem profetas tinham sonhado!

Poetas cantaram da sua vinda,
Da sua bondade e beleza,
- Curas universais de tristeza!
Doce e bela, reina hoje ainda,
Onde a luz do dia não finda.



Rafael Silveira Neves

2 Kommentare:

Anonym hat gesagt…

Todas as vidas têm fases.
Toda a história tem um fundo de verdade.
Mas nem todos têm as mesmas oportunidades de receber,
versos de boa vontade :-)


Sem dúvida que acertaste no alvo..Foi um muito bom desenvolvimento do mote. Preencheu os meus pensamentos. Ass: MPA

Filipe hat gesagt…

É sempre uma honra preencher os teus pensamentos com versos de boa vontade. E sim, todas as histórias têm um fundo de verdade - e mas o que é ainda mais interessante, é que toda a realidade tem um pouco de fantasia e improbabilidade.

E por vezes, por detrás de um poema que existe, pode haver um reflexo imperfeito e breve de uma Torre alta, de rios de licor e de passeios de pavão que gostávamos de ter. Uma pequena loucura, um pequeno presente de carinho e gratidão oferecido em humilde tributo à beleza, nobreza e bondade.