São estes os meus votos de Ano Novo!
Freitag, 31. Dezember 2010
Dienstag, 7. Dezember 2010
Decreto-II
Caras amigas e amigos,
até terminar a duração do processo de reestruturação desta casa, e devido ao baixo nível de alguns comentários deixados por uns chauvinistas medíocres que não hesitam em usar o termo "paneleiro" pejorativamente para se diferenciarem na sua macho-alfeza, mas mesmo assim, se escondem como ratazanas no anonimato, decidi passar a sujeitar todos os comentários aos posts ao meu consentimento.
Não permito que profanem com o vosso baixo nível um projecto colectivo baseado numa ideia de fraternidade.
Atentamente,
F.
até terminar a duração do processo de reestruturação desta casa, e devido ao baixo nível de alguns comentários deixados por uns chauvinistas medíocres que não hesitam em usar o termo "paneleiro" pejorativamente para se diferenciarem na sua macho-alfeza, mas mesmo assim, se escondem como ratazanas no anonimato, decidi passar a sujeitar todos os comentários aos posts ao meu consentimento.
Não permito que profanem com o vosso baixo nível um projecto colectivo baseado numa ideia de fraternidade.
Atentamente,
F.
Dienstag, 16. November 2010
Decreto
Queridos amigos da irmandade Ars Vitae,
Estimadíssimos leitores que nos dão alento e alegria,
Abjectos corvos que rondam esporadicamente e com malícia este Jardim de fraternidade,
Tenho a informar que em breve vou proceder a uma reestruturação desta casa. Em termos visuais, produtivos e conteudísticos.
Decreto assim a suspensão de todos os trabalhos até ao meu regresso.
F.
Sonntag, 14. November 2010
A Vinda
A VINDA
(Dedicado a MPA).
Num tempo longínquo e distante,
Em que ainda era novo o Mundo,
Dormia num sono profundo
E sob estrelas de diamante
Uma nobre princesa errante.
Os seus caracóis eram escuros,
E escura era a sua montada.
Vivia a cavalo, exilada,
Longe dos homens vis e duros,
Da Babilónia e dos seus muros.
Por ordem do Imperador,
Baniu-se a sua dinastia.
Por isso, exilada vivia,
Confortada pelo rumor
Doce do vento do alvor.
Certo dia, encontrou uma Torre
Ascendendo aos céus, de marfim,
No meio de um imenso jardim
Onde o licor em rios corre,
E a flor de laranjeira não morre.
Passou os prateados portões
E soube que era o seu reino novo,
Pois lá a esperava todo um povo,
Cantando-lhe alegres canções,
Montado em cisnes e pavões.
Em cisnes e pavões montado,
O povo cantava feliz,
Por fim, chegava a Imperatriz
Que tanto tinham esperado,
Com quem profetas tinham sonhado!
Poetas cantaram da sua vinda,
Da sua bondade e beleza,
- Curas universais de tristeza!
Doce e bela, reina hoje ainda,
Onde a luz do dia não finda.
Rafael Silveira Neves
Samstag, 13. November 2010
Proposta
A verdadeira Religião, ou Devoção, que o Homem deve ter é o sentido de Estado.
Filipe, proponho esta frase, minha, para a secção «Resmunguices & grunhidos opinativos sem valor argumentativo».
Filipe, proponho esta frase, minha, para a secção «Resmunguices & grunhidos opinativos sem valor argumentativo».
Donnerstag, 11. November 2010
O Fruto do Conhecimento
Tão grande foi o meu pecado!
Tão grande será o meu tormento!
De querê-lo - tão sumarento...
De prová-lo - doce e dourado,
O Fruto do Conhecimento!
Que dor! a de ser imortal!
Ver o tempo passar, tão lento...
Vivo imortal, em pensamento,
Pois sorvi o suco intemporal
Do Fruto do Conhecimento.
E agora é minha a luz do dia,
E o sopro cósmico do vento
E observo, do meu firmamento,
A fonte da eterna alegria,
Meu Fruto do Conhecimento.
Rafael Silveira Neves
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Samstag, 6. November 2010
Julgamento
Num salão húmido de basalto coberto pela poeira legada pelas gerações das Eras do Mundo que se sucederam, pingava água gelada, algo ressonava, rangiam as dobradiças, e fungava impaciente o Juiz. Subiu ao estrado e sentou-se no cadeirão.
Todos se levantaram - os Autores, a sua defesa e o Réu.
Colocou os óculos, fungou, e leu:
«Após curta, irreflectida e arbitrária apreciação dos diferentes argumentos apresentados exclusivamente pelos Autores, o Tribunal decidiu condenar o Réu, D..., por quem nunca chegou a ter grande simpatia, à morte por esquecimento.»
Fungou e tossiu e fungou de novo. Os Autores e a sua defesa sussurravam palavras de alegria, o Réu aceitou tristemente o seu destino, e o advogado da sua defesa ressonava através da sua bocarra escancarada. Escorriam fetidamente gotas de água pelas estátuas e baixo-relevos negros, outrora lembranças do suspiro enamorado da Criação, hoje quebradiças testemunhas mudas da sua execução sumária, da farsa do seu julgamento.
O Juiz limpou o muco à manga da toga e continuou:
«Tendo o Juiz proibido toda e qualquer argumentação da parte do Réu, dada a sua insolência em permanecer doente, mudo e cego, e não tendo a sua defesa chegado a acordar, o Réu é considerado culpado pelos crimes que agora se passam a enunciar:»
O Velho estremeceu de frio e desespero, as suas pesadas algemas afundavam-se nas suas barbas brancas incomensuráveis que se iam fiando e desfiando em nuvens. Os seus pequenos olhos escuros gritavam mágoa, e a sua mágoa gritava de injustiça. E no entanto, seguiu-se a enumeração das atrocidades por que agora o sentenciavam. O Juiz tossiu e continuou:
«Infanticídio em massa de primogénitos; filicídio premeditado e preparado com particular perfídia; coacção a um pai para que matasse o próprio filho; sucessivos massacres por afogamento diluviano ou por bombardeamentos de enxofre e fogo; omissões que resultaram na morte dos seus seguidores nas mandíbulas de leões; incitamento à homofobia, à misoginia, à xenofobia; tortura em massa pelo sentimento de culpa e pelo terror de um suposto fogo; degradação dos Autores à ignorância e ao preconceito; burla espiritual ao convencer os Autores da existência de uma contraprestação fictícia pela vida de anhos que os coagia a levar; mentiras reiteradas, monumentais, universais e ruinosas com sequelas ainda por determinar no pensamento dos Autores...»
O Velho estremeceu de novo, eles não sabem o que estão a fazer. O Juiz prosseguiu:
«... e porque, e este foi o motivo determinante, qualquer papel do Réu no nosso novo mundo é impensável. Dispensamos quem nos criou a nós. A Nós, os Autores irados e foragidos, e a Nós, o Juiz débil e corrupto e câmara decadente da aplicação da anomia. Por termos sido tão maltratados, pensamos chegada a altura de exercer a injustiça popular e linchar o Pai, nesta mesma Sala. A Nossa era chegou. Seja Ele esquecido.»
E o Velho, doente, curvo, frágil, mirrado e espancado, teria chorado mais se pudesse ter visto o que lhe aconteceu. Mas era cego. E teria soluçado e dito últimas palavras, de conforto ou de despedida. Mas era mudo.
Esvaneceu-se. E as nuvens dissolveram-se, como se nunca tivessem existido.
Rafael Silveira Neves
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Dienstag, 12. Oktober 2010
Bem vindos a....
Montag, 11. Oktober 2010
Catullus XVI
Pedicabo ego vos et irrumabo,
Aureli pathice et cinaede Furi,
qui me ex versiculis meis putastis,
quod sunt molliculi, parum pudicum.
Nam castum esse decet pium poetam
ipsum, versiculos nihil necesse est;
qui tum denique habent salem ac leporem,
si sunt molliculi ac parum pudici,
et quod pruriat incitare possunt,
non dico pueris, sed his pilosis
qui duros nequeunt movere lumbos.
Vos, quod milia multa basiorum
legistis, male me marem putatis?
Pedicabo ego vos et irrumabo.
Aureli pathice et cinaede Furi,
qui me ex versiculis meis putastis,
quod sunt molliculi, parum pudicum.
Nam castum esse decet pium poetam
ipsum, versiculos nihil necesse est;
qui tum denique habent salem ac leporem,
si sunt molliculi ac parum pudici,
et quod pruriat incitare possunt,
non dico pueris, sed his pilosis
qui duros nequeunt movere lumbos.
Vos, quod milia multa basiorum
legistis, male me marem putatis?
Pedicabo ego vos et irrumabo.
Sonntag, 10. Oktober 2010
Donnerstag, 23. September 2010
Verdade Universal e Insana n.º 4
Verdade Universal e Insana n.º 4:
«Os cães são como lobos sem pinta»
Pensem em lobos maus. Por piores que sejam, terão de admitir isto: São maus em conjunto, vivem em estruturas organizadas, cultivam valores de força e protecção da comunidade. Correm e caçam livres, são corajosos, e a sua crueldade valeu-lhes a sua elevação a pequenos deuses da noite e da guerra.
Pensem agora em cães patetas. Poderá alguma criatura ser mais patética que um cão? vemos neles lealdade, mas na verdade são apenas servis; chocam contra coisas; e agitam alegremente a cauda como se fosse o estandarte da sua estupidez. São ciumentos. Ladram de medo quando se deparam com coisas que lhes são desconhecidas. Em suma, as piores características dos cães são as piores características do Homem. Não admira que sejam melhores amigos.
Somos todos patetas. Mas estranhamente encantadores.
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Donnerstag, 16. September 2010
Jerusalem
And did those feet in ancient time.
Walk upon Englands mountains green:
And was the holy Lamb of God,
On Englands pleasant pastures seen!
And did the Countenance Divine,
Shine forth upon our clouded hills?
And was Jerusalem builded here,
Among these dark Satanic Mills?
Bring me my Bow of burning gold;
Bring me my Arrows of desire:
Bring me my Spear: O clouds unfold!
Bring me my Chariot of fire!
I will not cease from Mental Fight,
Nor shall my Sword sleep in my hand:
Till we have built Jerusalem,
In Englands green & pleasant Land.
William Blake
Donnerstag, 9. September 2010
O Rouxinol e a Pomba
No topo de um dragoeiro, um rouxinol cantava à pomba dos seus olhos:
«Toda a minha canção é para ti,
com ela quebro o silêncio gélido das noites
com ela saúdo o brilho dos teus dias.
Noite e dia e dia e noite
Toda a minha canção é só para ti, Pomba.
Porque me trouxeste paz, e as palavras da minha voz,
Porque me fizeste ver a beleza de todas as coisas,
Porque enfrentaste tempestades na madrugada dura só para voares para mim,
Porque mostras compaixão quando as canções são desafinadas, tristes e irrequietas,
Porque nasceste para nos mostrar que uma pomba traz sempre paz, bondade e beleza a todos que a vejam voar livre.
Por isto tudo, Pomba, e por mais que possas imaginar,
A minha canção é tua, e só tua.
E hei-de aguentar-nos nas tempestades de madrugadas duras, e hei-de te proteger e coroar-te com flores de cerejeira e retribuir-te a bondade, mesmo que não nos compreendam.
Mas daqui não saio. E a ti, não te deixo.»
E a pomba cantou, respondendo ao rouxinol,
«E eu oiço a tua canção,
Quando a lua transforma o meu branco em prata,
Quando a luz do dia me coroa,
Dia e noite e noite e dia
Só oiço a tua canção.
Porque se a todos trago paz, em ti encontro a minha,
Porque me fizeste ver a vida de todas as coisas,
Porque quando vôo para ti, vôo livre, e sou feliz quando poiso,
Porque consigo ouvir para além das canções desafinadas e tristes, e ver horizontes de melodias alegres,
Por isto tudo, Rouxinol, e mais do que possas imaginar,
Apenas oiço a tua canção.
E hei-de a ouvir e sentar-me neste mesmo galho, sob o granizo e as mandíbulas do sol, cantando contigo,
venha o que vier.»
RSN
Mittwoch, 8. September 2010
Alva
Levade, amigo, que dormides as manhana frias;
tôdalas aves do mundo d'amor dizian:
leda mi and'eu.
Levade, amigo, que dormides las frias manhanas;
tôdalas aves do mundo d'amor cantavan:
leda mi and'eu.
Tôdalas aves do mundo d'amor dizian:
do meu amor e do vosso en mente haviam:
leda mi and'eu.
Tôdalas aves do mundo d'amor cantavan:
do meu amor e do vosso i emmentavan:
leda mi and'eu.
Do meu amor e do vosso en menta havian;
vós lhi tolheste os ramos en que siian:
leda mi and'eu.
Do meu amor e do vosso i emmentavan;
vós lhi tolheste os ramos en que pousavan:
leda mi and'eu.
Vós lhi tolheste os ramos en que siian
e lhis secastes as fontes en que bevian:
leda mi and'eu.
Vós lhi tolheste os ramos en que pousavan
e lhis secaste as fontes u se banhavan:
leda mi and'eu.
Nuno Fernandez Torneol
Dienstag, 31. August 2010
O Regresso
Vi-te nascer com um nome que não era o teu.
Vi-te florescer e perecer no pó e a definhar numa qualquer letra incógnita, num livro escondido na biblioteca dos teus pais.
E sempre ressuscitaste. Nem sabia como. Renascias, com o mesmo nome, que não era o teu, num verso arrancado à tua existência - segregado pela tua alma envelhecida com as dores de um parto muito tardio.
Onde estás tu agora? Mostra-te; respira; respira-te! Vive de novo, porque te cheguei a compreender como ninguém e as horas que conto para o teu renascimento são horas que contam os loucos para o meu fim.
Ingrato! Volta para mim, cobarde! Por vezes oiço-te os vítreos passos apressados, escapando de mim nas sombras pensantes; vejo os teus fugitivos contornos ígneos na loucura alheia e na alegria efervescente de quem amo; cheiro a tua presença breve e frágil, ó cisne de cristal no rebentar da onda, ó gaivota de papel no rugido da tempestade!
Cavaleiro errante! Poeta prematuro! Renasce!
Dança na ponta dos meus dedos, profeta mudo de palavras vazias!
Falso Moisés de mares de tinta! Regressa a mim!
Filho bastardo do sonho e da insónia! Onde estás?
- «Assina, Mestre, e a ti volto - como o filho pródigo ao pai regressa.»
Rafael Silveira Neves
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Samstag, 21. August 2010
[[[[[Work in progress]]]]]
Cada despertar rompente
De tudo o que é novo
Ao espírito dolente
Em verde s'ergue viçoso
E firmes sombras projecta
A pequenez ante elas
Engrandece temerosos
Que desejam não mais,
Desafiantes desditos,
Que da volúpia fresca
Tragos serem larguíssimos
(...)
De tudo o que é novo
Ao espírito dolente
Em verde s'ergue viçoso
E firmes sombras projecta
A pequenez ante elas
Engrandece temerosos
Que desejam não mais,
Desafiantes desditos,
Que da volúpia fresca
Tragos serem larguíssimos
(...)
Escrito no telemóvel ontem às 4:30 da madrugada
e claramente à espera de final.
e claramente à espera de final.
Sonntag, 11. Juli 2010
Do direito e do Mundial
«As empresas a quem não dá jeito nenhum que a Espanha ganhe
A febre chamada Mundial levou determinadas empresas a lançarem campanhas condicionadas pela prestação da selecção espanhola na África do Sul. Agora, o aumento das probabilidades de a Espanha se sagrar campeã mundial está a gerar uma onda de preocupação. Empresas como a Media Markt e a Toshiba bem podem desejar que Espanha perca amanhã frente à Holanda. Caso contrário, serão obrigadas a reembolsar os seus clientes devido às suas campanhas de marketing agressivas.
A associação de consumidores espanhola Facua já alertou os clientes para que façam as suas reclamações caso as empresas não cumpram com o prometido.
A Media Markt é apenas uma das empresas que pode sair prejudicada. No entanto, a empresa tem chamado a atenção para todas as letras da campanha, que dizia que a empresa só devolveria o dinheiro aos seus clientes se Espanha ganhasse todos os jogos. É das poucas que pode festejar a vitória sem preocupações: a ressalva "ganhar todos os jogos" permitiu-lhe respirar de alívio logo no primeiro jogo da "Roja" contra a Suíça. Alguns consumidores ainda reclamaram, mas a Facua esclareceu: na campanha da Media Markt não houve publicidade enganosa nem "abuso de letra pequena": o texto do slogan era "muito claro".
Outras empresas não foram tão cautelosas como a Media Markt. A Panda Security, que comercializa antivírus, ofereceria aos seus clientes o mesmo número de licenças do produto que tivessem comprado em qualquer loja durante os meses de Abril, Maio e Junho. A Tom Tom, fabricante de GPS, lançou uma campanha com um apelativo "Se a Espanha ganhar, devolveremos o seu dinheiro": incluía o reembolso de quatro modelos mediante uma vitória espanhola. A PC City prometeu oferecer 10 euros por cada golo de Espanha no Mundial (excepto os que resultassem de penalti) a quem comprasse uma televisão de pelo menos 32 polegadas com tecnologia Led. A Toshiba prometeu reembolsar os compradores de televisões e de portáteis de gama média e alta adquiridos entre 10 de Abril e 10 de Junho. Com essa campanha contava vender 20 mil unidades, o dobro do habitual. Se Espanha ganhar, pode ficar a perder. A cadeia de hipermercados Carrefour não ficará melhor: Espanha ganha e a cadeia perde, nada mais, nada menos, do que um milhão de euros.»
por Sívia Caneco
in i
Samstag, 10. Juli 2010
«She walks in Beauty»
SHE walks in beauty, like the night | |
Of cloudless climes and starry skies; | |
And all that 's best of dark and bright | |
Meet in her aspect and her eyes: | |
Thus mellow'd to that tender light | 5 |
Which heaven to gaudy day denies. | |
One shade the more, one ray the less, | |
Had half impair'd the nameless grace | |
Which waves in every raven tress, | |
Or softly lightens o'er her face; | 10 |
Where thoughts serenely sweet express | |
How pure, how dear their dwelling-place. | |
And on that cheek, and o'er that brow, | |
So soft, so calm, yet eloquent, | |
The smiles that win, the tints that glow, | 15 |
But tell of days in goodness spent, | |
A mind at peace with all below, | |
A heart whose love is innocent! Lord Byron |
Sonntag, 4. Juli 2010
Freitag, 2. Juli 2010
O Paradoxo de Epicuro: as raízes do ateísmo
Sonntag, 27. Juni 2010
Freitag, 18. Juni 2010
à propos José Saramago
Donnerstag, 17. Juni 2010
O Ídolo Pessoal
Algo que me repugna ultimamente é a forma como nós em Portugal, ao contrário do que se fez noutros países que passaram por regimes ditatoriais, branqueámos completamente aquilo que foi o Estado Novo, e esquecemos aquilo que o regime realmente foi.
Sugiro apenas que vejam, para começar, esta magnífica foto de sua Excelência, o Presidente do Conselho, o Senhor Professor Doutor António de Oliveira Salazar, no seu escritório. Alguém reconhece o senhor que está na fotografia - já agora, autografada! - sobre a secretária?
O vencedor
Fernando Pessoa e os seus amigos imaginários ganharam a nossa sondagem sobre quem foi o melhor poeta português de todos os tempos.
Parabéns ao Nando!
Parabéns ao Nando!
Sonntag, 13. Juni 2010
Verdade Universal e Insana n.º 3
Há combinações de comida que nunca devem ser experimentadas.
Entre elas, a mais mortífera será um jantar exorbitantemente picante, acompanhado por uma sobremesa constituída apenas por ameixas secas.
Entre elas, a mais mortífera será um jantar exorbitantemente picante, acompanhado por uma sobremesa constituída apenas por ameixas secas.
Donnerstag, 10. Juni 2010
Revisão constitucional
Proposta de alteração ao n.º 1 do artigo 33.º da Constituição da República Portuguesa:
Artigo 33.º
(Expulsão, extradição e direito de asilo)
(Expulsão, extradição e direito de asilo)
1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território nacional, com excepção dos cidadãos mencionados nas alíneas seguintes:
a) S.A.R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte;
b) S.A.R. a Duquesa de Bragança, Senhora Dona Isabel;
c) S.A.R. o Príncipe da Beira, Dom Afonso Santa Maria de Bragança;
d) S.A. a Infanta Dona Maria Francisca de Bragança;
e) S.A. o Infante Dom Dinis Santa Maria de Bragança;
f) S.A. o Infante Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu;
g) S.A. o Infante Dom Henrique de Bragança, Duque de Coimbra.
a) S.A.R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte;
b) S.A.R. a Duquesa de Bragança, Senhora Dona Isabel;
c) S.A.R. o Príncipe da Beira, Dom Afonso Santa Maria de Bragança;
d) S.A. a Infanta Dona Maria Francisca de Bragança;
e) S.A. o Infante Dom Dinis Santa Maria de Bragança;
f) S.A. o Infante Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu;
g) S.A. o Infante Dom Henrique de Bragança, Duque de Coimbra.
(publicado originalmente no Moção de Censura)
A Stoa
Caras Amigas e Amigos,
Esta noite, algo de extraordinário aconteceu.
Estava eu, à meia noite agreste, lendo lento e triste tomos vagos e curiosos de ciências ancestrais, e já quase adormecia, quando ouvi o que parecia alguém a bater-me à janela. Apenas o vento, e nada mais, pensei.
Mas o vento insistia demais para ser apenas vento. Portanto abri a janela e procurei o que fosse.
Era um Mocho - e não um corvo!... - com o elmo e a lança de Atena, que fixava em mim os seus enormes olhos, como dois poços escurecidos pela sabedoria acumulada de três mil anos.
"vem comigo" disse o Mocho. E assim foi.
Julgando-me a mim mesmo louco, por abandonar os meus vagos tomos tristes, que me consomem nas horas vagas em que não sou eu que os consumo, para sair de casa a meio da noite para perseguir um Mocho, sob uma chuva surpreendentemente fria para Junho.
Louco, seguramente.
E o Mocho levou-me para longe. Para os campos. Para um lugar ermo, sem árvores, no topo de uma colina escarpada, coroada por inexplicáveis blocos de mármore quebrados, envelhecidos, mastigados pelo Tempo e meio enterrados no solo.
Aí, iluminado pela lua silenciosa, o Mocho falou de novo.
"Água ou oliveira?"
E eu não soube que responder.
"Água ou oliveira?" insistiu o Mocho, indiferente à minha perplexidade.
O frio e a perseguição de um Mocho falante, com elmo e lança, em época de exames, pelos campos fora, a meio da noite - que excelente desculpa para procrastinação! - já me parecia uma situação tão absurda que achei que a única coisa que poderia fazer sentido era que eu desse uma resposta fundamentada.
"água todos têm." - respondi - "mas a oliveira dá fruto, alimento, e riqueza".
E o Mocho deu a sua sentença, solene e orgulhoso: "És digno". E depois voou para longe e desapareceu na noite.
De repente, a terra à minha frente começou a borbulhar. Uma oliveira nascia e crescia e envelhecia à frente dos meus olhos, apenas em alguns segundos, ganhando proporções que apenas atingiria passados milénios.
E quando terminou de crescer, notei que um dos seus ramos formava um braço com uma mão indicando algo.
O seu dedo apontava para uma lápide.
Desenterrei-a, com esforço, e limpei-a da terra e do pó que a cobriam, e tentei ler a sua inscrição com a luz da lua:
ἀναμνημονεύω
E eu soube imediatamente o que fazer. Erguer a nossa Stoa.
Dienstag, 8. Juni 2010
E esta, hein?
Coisa boa para esfregar na cara dos nossos amigos com reservas sobre a adopção por casais homossexuais.
Sonntag, 6. Juni 2010
Hoje acordei assim (para variar)
Fazia falta uma Constituição Europeia e um artigo, deste género, baseado num preceito constitucional norte americano :
« Esta Constituição, as leis dos Estados Unidos da Europa adoptadas em sua execução e todos os tratados celebrados sob a autoridade dos Estados Unidos da Europa constituirão a Lei Suprema da União. Os Juízes de todos os Estados devem-lhes obediência, ainda que as leis de algum Estado ou a sua própria constituição disponham o contrário. »
« Esta Constituição, as leis dos Estados Unidos da Europa adoptadas em sua execução e todos os tratados celebrados sob a autoridade dos Estados Unidos da Europa constituirão a Lei Suprema da União. Os Juízes de todos os Estados devem-lhes obediência, ainda que as leis de algum Estado ou a sua própria constituição disponham o contrário. »
(publicado originalmente no Moção de Censura)
Donnerstag, 3. Juni 2010
Montag, 31. Mai 2010
Artigo 51.º CNU
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
artigo 51.º
Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou colectiva, no caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais.
As medidas tomadas pelos membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, a qualquer momento, a acção que julgar necessária à manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais.
Anotações minhas que considero adequadas aos acontecimentos de ontem à noite:
1. O conceito de ataque armado, tal como entendido em Direito Internacional Público, implica uma ameaça séria à soberania de um Estado. Uma frota de transporte de ajuda humanitária não constitui um ataque armado.
2. A legítima defesa pressupõe que, como dito, a soberania de um Estado esteja em causa. Ora, essa soberania não está a ser defendida se as acções militares decorrerem em águas internacionais, longe de águas nacionais.
3. De todo o modo, a legítima defesa só é considerada como tal se visar a «manutenção da paz internacional» e não a manutenção de um regime baseado no uso da força por um povo sobre outro de modo a manter um território.
4. A legítima defesa só pode ser invocada se for respeitado o princípio da proporcionalidade. É indefensável que a abordagem de navios de ajuda humanitária com helicópetros, lanchas armadas, e tiros de bala que resultaram na morte de pelo menos uma dezena de civis desarmados constitua uma acção que traduza a necessidade dos meios. Há que lembrar que quem invoca a legítima defesa está já acostumado a disparar sobre pessoas desarmadas e chamar-lhe defesa de um perigo.
5. Em qualquer caso, a encarceração de um povo num determinado território pela parte de um Estado constitui um atentado aos princípios da autodeterminação dos povos, da paz, da boa fé, do respeito pela integridade territorial de Estados terceiros, e do livre acesso aos recursos naturais.
artigo 51.º
Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou colectiva, no caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais.
As medidas tomadas pelos membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, a qualquer momento, a acção que julgar necessária à manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais.
Anotações minhas que considero adequadas aos acontecimentos de ontem à noite:
1. O conceito de ataque armado, tal como entendido em Direito Internacional Público, implica uma ameaça séria à soberania de um Estado. Uma frota de transporte de ajuda humanitária não constitui um ataque armado.
2. A legítima defesa pressupõe que, como dito, a soberania de um Estado esteja em causa. Ora, essa soberania não está a ser defendida se as acções militares decorrerem em águas internacionais, longe de águas nacionais.
3. De todo o modo, a legítima defesa só é considerada como tal se visar a «manutenção da paz internacional» e não a manutenção de um regime baseado no uso da força por um povo sobre outro de modo a manter um território.
4. A legítima defesa só pode ser invocada se for respeitado o princípio da proporcionalidade. É indefensável que a abordagem de navios de ajuda humanitária com helicópetros, lanchas armadas, e tiros de bala que resultaram na morte de pelo menos uma dezena de civis desarmados constitua uma acção que traduza a necessidade dos meios. Há que lembrar que quem invoca a legítima defesa está já acostumado a disparar sobre pessoas desarmadas e chamar-lhe defesa de um perigo.
5. Em qualquer caso, a encarceração de um povo num determinado território pela parte de um Estado constitui um atentado aos princípios da autodeterminação dos povos, da paz, da boa fé, do respeito pela integridade territorial de Estados terceiros, e do livre acesso aos recursos naturais.
Eleições em Reykjavik
Meus caros, os tempos estão mesmo difíceis.
Em épocas de profunda crise política, assiste-se sempre à ascensão de grandes partidos... O Partido Comunista da União Soviética... O Partido Nacional-socialista... A União Nacional... de um modo mais democrático, os Lib-Dem's no Reino Unido...
E agora, o chamado "Besti Flokkurinn" - "o melhor partido" - da Islândia, que ganhou este fim-de-semana as eleições em Reykjavik! As cinzas do vulcão não parecem estar a fazer muito bem a esta gente...
por favor, vejam este link!
http://www.telegraph.co.uk/news/newsvideo/7768742/Besti-Flokkurinn-Simply-the-Best-video.html
Em épocas de profunda crise política, assiste-se sempre à ascensão de grandes partidos... O Partido Comunista da União Soviética... O Partido Nacional-socialista... A União Nacional... de um modo mais democrático, os Lib-Dem's no Reino Unido...
E agora, o chamado "Besti Flokkurinn" - "o melhor partido" - da Islândia, que ganhou este fim-de-semana as eleições em Reykjavik! As cinzas do vulcão não parecem estar a fazer muito bem a esta gente...
por favor, vejam este link!
http://www.telegraph.co.uk/news/newsvideo/7768742/Besti-Flokkurinn-Simply-the-Best-video.html
Freitag, 28. Mai 2010
Deus guarde este homem!
Franz Sacher
Ao estilo do Cosme... temperado por uma potente dose de bom-senso... prometo um justo e merecido prémio à primeira pessoa que me disser o que fez este senhor de aparência cómica e em que contexto.
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Sonntag, 23. Mai 2010
Surrealismo - II
Ele poderá jurar que não te ama;
que os seus passos são fruto
da vontade inquebrável do dito Homem
e não gotas nebulosas de licor de éter
harpejadas por um festivo e pré-determinado destino.
Ele poderá jurar que não te ama;
que o escarlate e ridente Sol do amanhecer
não abençoa a Terra turva:
as nuvens gotejantes
de orvalho escarlate e ridente
são rubis.
E poderá jurar que não te ama;
e que a Terra turva tornada tiara imperial
do mecanizado Universo há muito desenhado
não foi colocada nele para virar e revirar, dançante,
e velar terna pelo radiante e generoso Sol:
grata pela bênção diária.
Poderá jurar que não te ama:
E no entanto, move-se.
Rafael Silveira Neves
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Versos perdidos da Irmandade
Por linhas tortas.
«Para a tua dor, pecador, escancaro as portas;
As sulfúreas mandíbulas do Inferno.
Vai! sofre o pecado no fogo eterno!»
- Assim escreveu Deus por linhas tortas.
Rafael Silveira Neves
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Montag, 17. Mai 2010
Samstag, 15. Mai 2010
Sobre o Preservativos "ao" Papa em Portugal
Nestes tempos tão diletantemente «fin de siècle» é de louvar que uma iniciativa unicamente suportada pela sociedade civil alcance tal magnitude, não só em quem simplesmente atesta o seu apoio, mas principalmente em todos aqueles que a levaram a cabo transformando uma vontade expressa numa realidade consumada.
Por todo o mundo de cultura ocidental a crise é cada vez menos de valores (se alguma vez foi) e sim cada vez mais de inacção. A grande massa urbana e de rede enclausura-se no seu próprio egocentrismo e deixa-se diluir na turba geral sem objectivos e na quase ausência de ideais, agindo no seu interesse e ignorando a dimensão democrática e interventiva em que oficialmente se encontra.
E é precisamente pelos factores agora expostos que eu queria reforçar a relevância que a iniciativa «Preservativos "ao" Papa em Portugal» teve. O movimento consegiu, à data, ter 15335 membros no grupo do facebook de entre as quais algumas centenas demonstraram ainda o seu apoio e entrega efectiva ao participar activamente nas distribuições de preservativos que tiveram lugar em Lisboa e no Porto. Todos estes simpatizantes e voluntários, a quem orgulhosamente posso chamar de colegas e amigos, tomaram iniciativa, agiram de forma livre e consciente e exerceram o dom da cidadania que tantas vezes é descurado. Abraçamos todos, nos passados dias 11 e 14, a verdadeira e completa denominação de πολιτικὸν ζῷον com toda a carga que esta acarreta.
Importa por isso que este acto seja visto não apenas como importantíssimo pelas questões de saúde pública que se propôs a difundir mas como um fenomenal exercício de liberdade de expressão e opinião aliado a um forte desejo de participação activa na sociedade. Intervenção essa activa, cívica e política.
Cada vez mais me é dado a perceber que o método e forma de fazer Política tem de passar às mãos da sociedade civil de forma responsável mas desinstrumentalizada há que criar o espaço e fomentar o desenvolvimento de iniciativas, movimentos, correntes de opinião etc., mas há ainda que atentar nos objectivos de primeira linha destas novas formas de viver a política e a afirmação democrática, há que desconstruir o velho mito de que a política e as conquistas democráticas se fazem unicamente pela obtenção de novos poderes ou contrapartidas e renová-lo por um espírito intervencionista objectivo que leve a que cada cidadão, cada grupo ou cada unidade social produza concretamente alguma acção ou efeito no meio que o rodeia. É pois neste espírito que se enquadrou a actividade do «Preservativos "ao" Papa em Portugal» que, num corte limpo, levou a cabo as acções concretas a que se propunha sempre de forma extremamente coesa e democraticamente participativa e rentabilizando sinergias.
É por tudo isto que fica o meu profundo e sincero agradecimento a todos aqueles que, comigo, participaram neste projecto. E tudo farei para que não se perca o enorme potencial humano e de intervenção que se aglutinou nesta causa esperando sinceramente que sempre que tal seja necessário seja este grupo de pessoas chamado a intervir e a novamente desenhar o seu papel na sociedade.
Por todo o mundo de cultura ocidental a crise é cada vez menos de valores (se alguma vez foi) e sim cada vez mais de inacção. A grande massa urbana e de rede enclausura-se no seu próprio egocentrismo e deixa-se diluir na turba geral sem objectivos e na quase ausência de ideais, agindo no seu interesse e ignorando a dimensão democrática e interventiva em que oficialmente se encontra.
E é precisamente pelos factores agora expostos que eu queria reforçar a relevância que a iniciativa «Preservativos "ao" Papa em Portugal» teve. O movimento consegiu, à data, ter 15335 membros no grupo do facebook de entre as quais algumas centenas demonstraram ainda o seu apoio e entrega efectiva ao participar activamente nas distribuições de preservativos que tiveram lugar em Lisboa e no Porto. Todos estes simpatizantes e voluntários, a quem orgulhosamente posso chamar de colegas e amigos, tomaram iniciativa, agiram de forma livre e consciente e exerceram o dom da cidadania que tantas vezes é descurado. Abraçamos todos, nos passados dias 11 e 14, a verdadeira e completa denominação de πολιτικὸν ζῷον com toda a carga que esta acarreta.
Importa por isso que este acto seja visto não apenas como importantíssimo pelas questões de saúde pública que se propôs a difundir mas como um fenomenal exercício de liberdade de expressão e opinião aliado a um forte desejo de participação activa na sociedade. Intervenção essa activa, cívica e política.
Cada vez mais me é dado a perceber que o método e forma de fazer Política tem de passar às mãos da sociedade civil de forma responsável mas desinstrumentalizada há que criar o espaço e fomentar o desenvolvimento de iniciativas, movimentos, correntes de opinião etc., mas há ainda que atentar nos objectivos de primeira linha destas novas formas de viver a política e a afirmação democrática, há que desconstruir o velho mito de que a política e as conquistas democráticas se fazem unicamente pela obtenção de novos poderes ou contrapartidas e renová-lo por um espírito intervencionista objectivo que leve a que cada cidadão, cada grupo ou cada unidade social produza concretamente alguma acção ou efeito no meio que o rodeia. É pois neste espírito que se enquadrou a actividade do «Preservativos "ao" Papa em Portugal» que, num corte limpo, levou a cabo as acções concretas a que se propunha sempre de forma extremamente coesa e democraticamente participativa e rentabilizando sinergias.
É por tudo isto que fica o meu profundo e sincero agradecimento a todos aqueles que, comigo, participaram neste projecto. E tudo farei para que não se perca o enorme potencial humano e de intervenção que se aglutinou nesta causa esperando sinceramente que sempre que tal seja necessário seja este grupo de pessoas chamado a intervir e a novamente desenhar o seu papel na sociedade.
Mittwoch, 28. April 2010
Os mais fracos que se fodam !
« As agências de rating pedem um resgate. A Europa lava daí as suas mãos. Os governantes portugueses fazem o quê? Malham na arraia-miúda. Como é que hoje Sócrates-Coelho reagiram à descida no rating? Restrições na prestações sociais e no acesso ao subsídio de desemprego.
Isto anda cheio de animais ferozes.
Como dizia Carrère, "O governo português bem pode ser comparado a uma criança a quem o medo dos açoites torna humilde, obediente, dócil, submissa e rastejante diante do mestre, e que, por sua vez, se vinga do constrangimento e das humilhações que sofre nos seres mais fracos, que, por não lhe poderem resistir, lhe fazem as vontades". Mas isso era em 1796. »
por Joana Amaral Dias
in Córtex Frontal
Isto anda cheio de animais ferozes.
Como dizia Carrère, "O governo português bem pode ser comparado a uma criança a quem o medo dos açoites torna humilde, obediente, dócil, submissa e rastejante diante do mestre, e que, por sua vez, se vinga do constrangimento e das humilhações que sofre nos seres mais fracos, que, por não lhe poderem resistir, lhe fazem as vontades". Mas isso era em 1796. »
por Joana Amaral Dias
in Córtex Frontal
Sonntag, 25. April 2010
Preservativos ao Papa
Estes meus colegas do Porto gozam da minha total admiração e apoio por uma causa nobre : www.preservativospapa.blogspot.com
É muito triste que a Igreja trate desta questão com tanto pudorzinho e de forma tão enganadora, colocando em risco milhões de vida de fiéis em todo o mundo. Faz lembrar, de certo modo, aquilo que disse um célebre jornalista português há alguns tempos sobre a indústria do Tabaco: «é uma empresa que desenvolve um negócio antieconómico e absurdo que mata os seus melhores clientes». A Igreja está a chacinar seus crentes mais fervorosos, por beatismo. É o mesmo género de pensamento anacrónico e anti-científico que queimou gente que falava em átomos e em heliocentrismo. Não faz mal. Já pediram desculpa pela inquisição. Daqui a um século, estarão a pedir desculpa pela sua grosseira, boçal e tacanha ignorância que tanta gente tem vindo a massacrar no Terceiro Mundo.
Mas de pedidos de desculpa está a humanidade farta.
Gostava de ver se era possível ter estatísticas para saber quantos fetos foram abortados nos últimos 50 anos; e quantas pessoas morreram de HIV-SIDA no Terceiro Mundo por sombrios e inexplicáveis ditames do Vaticano. E aí era giro saber se a Igreja é mesmo guardiã da mensagem antropocêntrica e bondosa de Cristo (ex.: respeito pela vida humana, sei lá!...), ou se tem apenas vindo a desempenhar, nos últimos 1500 anos, o papel de Talho da sua própria Cristandade; e de carrasco do conhecimento, do progresso humano e da vida.
É muito triste que a Igreja trate desta questão com tanto pudorzinho e de forma tão enganadora, colocando em risco milhões de vida de fiéis em todo o mundo. Faz lembrar, de certo modo, aquilo que disse um célebre jornalista português há alguns tempos sobre a indústria do Tabaco: «é uma empresa que desenvolve um negócio antieconómico e absurdo que mata os seus melhores clientes». A Igreja está a chacinar seus crentes mais fervorosos, por beatismo. É o mesmo género de pensamento anacrónico e anti-científico que queimou gente que falava em átomos e em heliocentrismo. Não faz mal. Já pediram desculpa pela inquisição. Daqui a um século, estarão a pedir desculpa pela sua grosseira, boçal e tacanha ignorância que tanta gente tem vindo a massacrar no Terceiro Mundo.
Mas de pedidos de desculpa está a humanidade farta.
Gostava de ver se era possível ter estatísticas para saber quantos fetos foram abortados nos últimos 50 anos; e quantas pessoas morreram de HIV-SIDA no Terceiro Mundo por sombrios e inexplicáveis ditames do Vaticano. E aí era giro saber se a Igreja é mesmo guardiã da mensagem antropocêntrica e bondosa de Cristo (ex.: respeito pela vida humana, sei lá!...), ou se tem apenas vindo a desempenhar, nos últimos 1500 anos, o papel de Talho da sua própria Cristandade; e de carrasco do conhecimento, do progresso humano e da vida.
Grândola, vila morena
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Dienstag, 20. April 2010
Unidade, Justiça e Liberdade para a Europa.
Es ist das erste Mal seit Jahren, dass ich einen ganzen Text auf Deutsch schreibe. Vielleicht hat mich die Überzeugung gehindert, dass ich es nicht mehr kann. Welches, natürlich, mir grosses Leiden bringt.
Heute aber werde ich meine zweite Sprache verwenden. Und es ist mir egal, ob ich Fehler mache oder nicht. Es ist MEINE Sprache. Die Sprache, mit der ich aufgewachsen - eher erwachsen geworden - bin.
Ich habe entschieden, über meine zweisprachige und bikulturelle Jugend und Kindheit zu sprechen, weil ich in den letzten Zeiten besonders stark eine Nostalgie, eine Schwermut, eine «Saudade» fühle, und mich selbst öfters frage, ob es ein Traum war oder nicht.
Konnten wirklich Menschen zusammengehören, indem sie zusammenwuchsen? Konnten wir unsere Unterschiede gegenseitig verzeihen, und miteinander lernen und uns menschlich bereichern?
Ich bin mir bewusst, dass die Fragen unverständlich scheinen können. Nur jemand, der selbst erlebt hat, wie zwei Nationen ihre Freundschaft besichern können, indem sie ihre Kinder zusammenwachsen lassen.
Kein Mensch versteht, wieso meine Jugend an meiner Schule soviel für mich bedeutet. Vielleicht - und wahrscheinlich - wissen sie nicht, dass eine einfache Schule zu einem kleinen «Kosmopolis» und zu einer Lerngemeinschaft werden kann. Zu einem Erdpol von internationalem Frieden durch Erziehung und Lachen.
Vielleicht deswegen waren wir fähig, die Idee von einer europäischen Union besser zu verstehen. Weil wir verstanden UND GEPRÜFT haben, dass verschiedene Völker doch gemeinsame Werte und Glauben und Interessen haben; und dass jeder, in seiner Seele, ein Weltbürger oder eher Europabürger sein kann, ohne seine Wurzeln zu verneinen und verlassen.
Es waren wir, lissaboner Portugiesen, die unseren deutschen Lerngemeinschaftskammeraden beigebracht haben, auf Deutschland, auf ihre Kultur und Geschichte stolz zu sein. Weil sie, wie wir, Gründe dafür haben. Und sie haben auch die Schönheit unseres Landes und der Geschichte unseres Volkes geliebt. Und freuten sich, dass wir sie ihnen mitgeteilt haben. Sowie wir uns gefreut haben, ihre Kultur zu lieben und zu verstehen.
So lasen wir Lessing und Goethe; und haben sie Fado "sehnsüchtig" zugehört und unsere Dichter gelesen.
So sangen wir «Einigkeit und Recht und Freiheit», am Anfang lauter als sie, und sie haben damit gelernt, dass es ein schönes und bedeutsames Lied ist, und dass wir sie nicht für ihre Vergangenheit beschuldigen, so sollen sie auch nicht - und so haben sie gelernt, ihr eigenes «Einigkeit und Recht und Freiheit» so laut und gerührt wie wir zu singen, weil sie (Welt-)Europabürger eines neuen Deutschlands sind - das tatsächlich und unfragbar ein Vorbild von Recht und Freiheit für alle Länder ist.
So haben sie gelernt, dass Portugal (laut die 2., allgemein unbekannte Strophe unserer Nationalhymne) "deu novos mundos ao mundo", der Welt neue Welter gab oder zeigte, und unsere Seefahrer geschafft haben, dass der See die Welt nicht mehr trennte, sondern verband (F. Pessoa); und wir haben gelernt, wie ein Land, der den unmenschlichsten Totalitarismus und Rassismus und imperialistischen Faszismus erlebt hat, sich innerhalb einer Generation neuerfunden hat - welches WIR nicht erreicht haben.
Wir haben miteinander beidseitig gelernt und uns gegenseitig gelehrt. Unsere Unterschiede haben uns damit nicht getrennt...sondern verbunden. Wir haben auf einer anderen Seite verstanden, dass unsere Gemeinsamkeiten grösser sind, als wir denken.
Wir waren, in einem Wort: Der Beweis. Dass Europa eines Tages zu dem Zustand kommen wird, in dem wir unsere Gemeinsamkeiten UND Unterschiede als gemeinsames Eigentum betrachten werden. Und dass wir doch «Brüderlich in Herz und Hand» leben können. Wie wir, eure Kinder, damals.
Heute aber werde ich meine zweite Sprache verwenden. Und es ist mir egal, ob ich Fehler mache oder nicht. Es ist MEINE Sprache. Die Sprache, mit der ich aufgewachsen - eher erwachsen geworden - bin.
Ich habe entschieden, über meine zweisprachige und bikulturelle Jugend und Kindheit zu sprechen, weil ich in den letzten Zeiten besonders stark eine Nostalgie, eine Schwermut, eine «Saudade» fühle, und mich selbst öfters frage, ob es ein Traum war oder nicht.
Konnten wirklich Menschen zusammengehören, indem sie zusammenwuchsen? Konnten wir unsere Unterschiede gegenseitig verzeihen, und miteinander lernen und uns menschlich bereichern?
Ich bin mir bewusst, dass die Fragen unverständlich scheinen können. Nur jemand, der selbst erlebt hat, wie zwei Nationen ihre Freundschaft besichern können, indem sie ihre Kinder zusammenwachsen lassen.
Kein Mensch versteht, wieso meine Jugend an meiner Schule soviel für mich bedeutet. Vielleicht - und wahrscheinlich - wissen sie nicht, dass eine einfache Schule zu einem kleinen «Kosmopolis» und zu einer Lerngemeinschaft werden kann. Zu einem Erdpol von internationalem Frieden durch Erziehung und Lachen.
Vielleicht deswegen waren wir fähig, die Idee von einer europäischen Union besser zu verstehen. Weil wir verstanden UND GEPRÜFT haben, dass verschiedene Völker doch gemeinsame Werte und Glauben und Interessen haben; und dass jeder, in seiner Seele, ein Weltbürger oder eher Europabürger sein kann, ohne seine Wurzeln zu verneinen und verlassen.
Es waren wir, lissaboner Portugiesen, die unseren deutschen Lerngemeinschaftskammeraden beigebracht haben, auf Deutschland, auf ihre Kultur und Geschichte stolz zu sein. Weil sie, wie wir, Gründe dafür haben. Und sie haben auch die Schönheit unseres Landes und der Geschichte unseres Volkes geliebt. Und freuten sich, dass wir sie ihnen mitgeteilt haben. Sowie wir uns gefreut haben, ihre Kultur zu lieben und zu verstehen.
So lasen wir Lessing und Goethe; und haben sie Fado "sehnsüchtig" zugehört und unsere Dichter gelesen.
So sangen wir «Einigkeit und Recht und Freiheit», am Anfang lauter als sie, und sie haben damit gelernt, dass es ein schönes und bedeutsames Lied ist, und dass wir sie nicht für ihre Vergangenheit beschuldigen, so sollen sie auch nicht - und so haben sie gelernt, ihr eigenes «Einigkeit und Recht und Freiheit» so laut und gerührt wie wir zu singen, weil sie (Welt-)Europabürger eines neuen Deutschlands sind - das tatsächlich und unfragbar ein Vorbild von Recht und Freiheit für alle Länder ist.
So haben sie gelernt, dass Portugal (laut die 2., allgemein unbekannte Strophe unserer Nationalhymne) "deu novos mundos ao mundo", der Welt neue Welter gab oder zeigte, und unsere Seefahrer geschafft haben, dass der See die Welt nicht mehr trennte, sondern verband (F. Pessoa); und wir haben gelernt, wie ein Land, der den unmenschlichsten Totalitarismus und Rassismus und imperialistischen Faszismus erlebt hat, sich innerhalb einer Generation neuerfunden hat - welches WIR nicht erreicht haben.
Wir haben miteinander beidseitig gelernt und uns gegenseitig gelehrt. Unsere Unterschiede haben uns damit nicht getrennt...sondern verbunden. Wir haben auf einer anderen Seite verstanden, dass unsere Gemeinsamkeiten grösser sind, als wir denken.
Wir waren, in einem Wort: Der Beweis. Dass Europa eines Tages zu dem Zustand kommen wird, in dem wir unsere Gemeinsamkeiten UND Unterschiede als gemeinsames Eigentum betrachten werden. Und dass wir doch «Brüderlich in Herz und Hand» leben können. Wie wir, eure Kinder, damals.
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Terminologias germânicas no Rossio
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Montag, 19. April 2010
Hoje
Sinto-me hermenêutico... mas essencialmente hermético
o que me dá uma sensação de um ser etéreo e espúrio
o que me dá uma sensação de um ser etéreo e espúrio
Samstag, 17. April 2010
Verdade Universal e Insana n.º 2
Verdade Universal e Insana n.º 2:
«Entre o Peixe-Espada e o Peixe-Parede, ou nadas ou afogas-te.»
É verdade. Qualquer um que esteja tramado de qualquer modo terá sempre de estrebuchar como um peixe fora da água da normalidade circunstancial. Terá sempre de fingir que sabe nadar enquanto se afunda rogando pragas, degradado, mas sempre revestido num manto imperial de artificial dignidade. Afoga-se se não conseguir encontrar uma forma inteligente de esquivar-se aos peixinhos.
Ou aprende a nadar e manda o Peixe-Espada e o Peixe-Parede irem dar banho ao Peixe-Cão.
Ou se torna num tubarão e come o Peixe-Espada e o Peixe-Parede.
Ou então transforma-se num Peixe-Buldozer e dá cabo do Peixe-Parede.
Ou então transforma-se num Peixe-Rato e esburaca o Peixe-Parede, formando depois uma aliança com o Peixe-Cão contra o Peixe-Gato, vil e tirânico usurpador dos mares e assassino de massas do povo dos peixinhos.(sei que referir este traidor é uma massada, mas a menção do nome do ignóbil Peixe-Gato e do Ictiofagio-canibalismo que vivemos serve-me para demonstrar que, num mundo em que o peixe come o peixe, que come o peixe, que come o outro peixinho que comeu o peixao, é verdade - o Homem é o Peixe do Homem.)
Ou então pede ao Peixe-Balão para lhe dar uma ajuda e uma boleia para longe, depois festejando com ele a noite do Peixe-São-João, mesmo não sendo crente.
Ou então transforma-se num Peixe-Escudo para ensinar ao Peixe-Espada quem manda.
Ou então pede ao Peixe-Aranha para lhe fazer uma rede e apanhar o Peixe-Espada e o Peixe-Parede e os comer ao jantar, grelhadinhos com um bom vinho branco.
Ou então transforma-se num Peixe-Porco e (peço desculpa) caga-se para o Peixe-Espada e o Peixe-Parede.
Ou então afoga-se.
As possibilidades são muitas. E raramente se verifica uma total ausência e soluções para escaparmos a situações aparentemente inescapáveis.
«Entre o Peixe-Espada e o Peixe-Parede, ou nadas ou afogas-te.»
É verdade. Qualquer um que esteja tramado de qualquer modo terá sempre de estrebuchar como um peixe fora da água da normalidade circunstancial. Terá sempre de fingir que sabe nadar enquanto se afunda rogando pragas, degradado, mas sempre revestido num manto imperial de artificial dignidade. Afoga-se se não conseguir encontrar uma forma inteligente de esquivar-se aos peixinhos.
Ou aprende a nadar e manda o Peixe-Espada e o Peixe-Parede irem dar banho ao Peixe-Cão.
Ou se torna num tubarão e come o Peixe-Espada e o Peixe-Parede.
Ou então transforma-se num Peixe-Buldozer e dá cabo do Peixe-Parede.
Ou então transforma-se num Peixe-Rato e esburaca o Peixe-Parede, formando depois uma aliança com o Peixe-Cão contra o Peixe-Gato, vil e tirânico usurpador dos mares e assassino de massas do povo dos peixinhos.(sei que referir este traidor é uma massada, mas a menção do nome do ignóbil Peixe-Gato e do Ictiofagio-canibalismo que vivemos serve-me para demonstrar que, num mundo em que o peixe come o peixe, que come o peixe, que come o outro peixinho que comeu o peixao, é verdade - o Homem é o Peixe do Homem.)
Ou então pede ao Peixe-Balão para lhe dar uma ajuda e uma boleia para longe, depois festejando com ele a noite do Peixe-São-João, mesmo não sendo crente.
Ou então transforma-se num Peixe-Escudo para ensinar ao Peixe-Espada quem manda.
Ou então pede ao Peixe-Aranha para lhe fazer uma rede e apanhar o Peixe-Espada e o Peixe-Parede e os comer ao jantar, grelhadinhos com um bom vinho branco.
Ou então transforma-se num Peixe-Porco e (peço desculpa) caga-se para o Peixe-Espada e o Peixe-Parede.
Ou então afoga-se.
As possibilidades são muitas. E raramente se verifica uma total ausência e soluções para escaparmos a situações aparentemente inescapáveis.
Mittwoch, 14. April 2010
Verdade Universal e Insana n.º 1
Verdade Universal e Insana n.º 1:
«As pessoas não são bonsais»
De facto, todos nós temos raízes, tronco vital e rebentos, um dia. E, cortadas as raízes com que crescemos e amadurecemos, apenas nos resta definhar e murchar opacamente. Se se cortam as raízes, o tronco da vida e os rebentos e a abundante e rica folhagem morrem.
Por outro lado, se nos cortam a folhagem e a tentam controlar na nossa idade de outro, nunca chegaremos a ser tão verdejantes e magníficos como poderíamos ser.
A verdade é que somos todos árvores belas e únicas. Cortar-nos, reduzir-nos, podar-nos, formar-nos das raízes à pontinha das folha, esculpir-nos em formas apresentáveis, e tornarem-nos regulares e agradáveis de ver - são todos tristes meios para nos tirarem soberba flor e doce fruto.
As nossas raízes devem ser preservadas. Mas, em caso algum, se deve impedir que a árvore cresça, amadureça e ganhe as suas próprias formas, explorando a unicidade da sua magnificência. Apenas protegidas ternamente as raízes e deixando a sobeja juventude crescer e ser verde, feliz e livre, poderemos um dia olhar para nós e declarar, solenemente, que florescemos e provámos a doçura dos frutos de quem somos e nos tornámos livremente.
«As pessoas não são bonsais»
De facto, todos nós temos raízes, tronco vital e rebentos, um dia. E, cortadas as raízes com que crescemos e amadurecemos, apenas nos resta definhar e murchar opacamente. Se se cortam as raízes, o tronco da vida e os rebentos e a abundante e rica folhagem morrem.
Por outro lado, se nos cortam a folhagem e a tentam controlar na nossa idade de outro, nunca chegaremos a ser tão verdejantes e magníficos como poderíamos ser.
A verdade é que somos todos árvores belas e únicas. Cortar-nos, reduzir-nos, podar-nos, formar-nos das raízes à pontinha das folha, esculpir-nos em formas apresentáveis, e tornarem-nos regulares e agradáveis de ver - são todos tristes meios para nos tirarem soberba flor e doce fruto.
As nossas raízes devem ser preservadas. Mas, em caso algum, se deve impedir que a árvore cresça, amadureça e ganhe as suas próprias formas, explorando a unicidade da sua magnificência. Apenas protegidas ternamente as raízes e deixando a sobeja juventude crescer e ser verde, feliz e livre, poderemos um dia olhar para nós e declarar, solenemente, que florescemos e provámos a doçura dos frutos de quem somos e nos tornámos livremente.
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HORTOR
Uni-vos! Republicanos, estadistas e democratas em geral
Como pode este governo atribuir tolerância de ponto aquando da visita papal!
E ao que sei escolas públicas vão mesmo encerrar!
Meus caros recuámos à outra senhora.
E para terminar eu pergunto, doutos colegas de direito pode processar-se o socra(s)te por danos à imagem e bom nome de Sócrates ?
Como pode este governo atribuir tolerância de ponto aquando da visita papal!
E ao que sei escolas públicas vão mesmo encerrar!
Meus caros recuámos à outra senhora.
E para terminar eu pergunto, doutos colegas de direito pode processar-se o socra(s)te por danos à imagem e bom nome de Sócrates ?
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Montag, 12. April 2010
Donnerstag, 8. April 2010
Mittwoch, 31. März 2010
Dienstag, 30. März 2010
Aniversário
Senhoras e Senhores,
O ARS VITAE relincha de alegria, rejubila efusivamente, implode de eudemonia, saracoteia-se de euforia, e celebra, maravilhado....
O vigésimo primeiro aniversário de Pedro Afonso Cosme e Silva, nosso confrade e amigo.
Da minha parte, envio-lhe um grande abraço e agradeço por já dois anos e tal de amizade leal.
XAIPE
O ARS VITAE relincha de alegria, rejubila efusivamente, implode de eudemonia, saracoteia-se de euforia, e celebra, maravilhado....
O vigésimo primeiro aniversário de Pedro Afonso Cosme e Silva, nosso confrade e amigo.
Da minha parte, envio-lhe um grande abraço e agradeço por já dois anos e tal de amizade leal.
XAIPE
Montag, 22. März 2010
Os sebastiacas trombos não deixaram partir
Os sebastiacas trombos não deixaram partir
Portugal para o Brasil.
Vagos ficamos da amurada aos tombos
Para a largada rombos
Do corpo de Portugal.
Mas a Hora deixada ao sono vil
Dos que provendo tudo podem nada
Mais que o fogo senil
Do Império Final,
Cintila na amurada:
Nao há Portugal e Brasil.
Brasil é Portugal.
Portugal para o Brasil.
Vagos ficamos da amurada aos tombos
Para a largada rombos
Do corpo de Portugal.
Mas a Hora deixada ao sono vil
Dos que provendo tudo podem nada
Mais que o fogo senil
Do Império Final,
Cintila na amurada:
Nao há Portugal e Brasil.
Brasil é Portugal.
---
Mário Cesariny (1923-2006)
Mário Cesariny (1923-2006)
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Dienstag, 16. März 2010
Europa Unida (2)
Pegando no post do Filipe, devo dizer que há uma parte no discurso de Victor Hugo que me toca mais; é ela:
Original em francês:
«Un jour viendra où l'on verra ces deux groupes immenses, les États-Unis d'Amérique, les États-Unis d'Europe, placés en face l'un de l'autre, se tendant la main par-dessus les mers, échangeant leurs produits, leur commerce, leur industrie, leurs arts, leurs génies, défrichant le globe, colonisant les déserts, améliorant la création sous le regard du créateur, et combinant ensemble, pour en tirer le bien-être de tous, ces deux forces infinies, la fraternité des hommes et la puissance de Dieu!»
Tradução em inglês:
«A day will come when we shall see those two immense groups, the United States of America and the United States of Europe, facing one another, stretching out their hands across the sea, exchanging their products, their arts, their works of genius, clearing up the globe, making deserts fruitful, ameliorating creation under the eyes of the Creator, and joining together, to reap the well-being of all, these two infinite forces, the fraternity of men and the power of God.»
Original em francês:
«Un jour viendra où l'on verra ces deux groupes immenses, les États-Unis d'Amérique, les États-Unis d'Europe, placés en face l'un de l'autre, se tendant la main par-dessus les mers, échangeant leurs produits, leur commerce, leur industrie, leurs arts, leurs génies, défrichant le globe, colonisant les déserts, améliorant la création sous le regard du créateur, et combinant ensemble, pour en tirer le bien-être de tous, ces deux forces infinies, la fraternité des hommes et la puissance de Dieu!»
Tradução em inglês:
«A day will come when we shall see those two immense groups, the United States of America and the United States of Europe, facing one another, stretching out their hands across the sea, exchanging their products, their arts, their works of genius, clearing up the globe, making deserts fruitful, ameliorating creation under the eyes of the Creator, and joining together, to reap the well-being of all, these two infinite forces, the fraternity of men and the power of God.»
Europa Unida
Discurso proferido por Victor Hugo na conferência de paz de Paris de 1849, na sequência da chamada "Primavera dos Povos" de 1848, um dos mais lamentáveis e sangrentos espectáculos de nacionalismo da história europeia. No fundo, o que estava em causa era a emancipação de diferentes nações que viviam sob o jugo dos grandes impérios europeus - mas as coisas descontrolaram-se um bocadinho, e o movimento degenerou numa guerra de minorias, de massacres de civis de outras etnias e nações pelos exércitos revolucionários, seguida por intervenções militares a larga escala que geraram graves tensões entre as Grandes Potências europeias.
Na conferência de paz, Victor Hugo declara, num momento em que a Europa se vira desmembrada por querelas entre nações e entre Estados:
(lamento não ter encontrado tradução em português)
A DAY WILL COME when your arms will fall even from your hands! A day will come when war will seem as absurd and impossible between Paris and London, between Petersburg and Berlin, between Vienna and Turin, as it would be impossible and would seem absurd today between Rouen and Amiens, between Boston and Philadelphia. A day will come when you France, you Russia, you Italy, you England, you Germany, you all, nations of the continent, without losing your distinct qualities and your glorious individuality, will be merged closely within a superior unit and you will form the European brotherhood, just as Normandy, Brittany, Burgundy, Lorraine, Alsace, all our provinces are merged together in France. A day will come when the only fields of battle will be markets opening up to trade and minds opening up to ideas. A day will come when the bullets and the bombs will be replaced by votes, by the universal suffrage of the peoples, by the venerable arbitration of a great sovereign senate which will be to Europe what this parliament is to England, what this diet is to Germany, what this legislative assembly is to France. A day will come when we will display cannon in museums just as we display instruments of torture today, and are amazed that such things could ever have been possible.
Freitag, 12. März 2010
Dienstag, 9. März 2010
Isto descreve o actual ambiente do Ars Vitae
Ver o vídeo aqui.
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Sonntag, 7. März 2010
Glorioso é este dia porque descobri que não te posso fazer feliz
ainda assim te quero
Glorioso é este dia porque descobri que não me podes fazer feliz
ainda assim te quero
Mas todos os dias são gloriosos
ainda assim te quero
Glorioso é este dia porque descobri que não me podes fazer feliz
ainda assim te quero
Mas todos os dias são gloriosos
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Freitag, 5. März 2010
Dienstag, 2. März 2010
Samstag, 27. Februar 2010
Kierkegaard e o existencialismo pessimista
«Ouve os gritos de uma mulher a dar à luz - olha para o sofrimento de um moribundo no seu leito de morte, e depois diz-me se algo que começa e acaba de tal modo pode ser concebido para o prazer.»
Søren Kierkegaard
Anotação:
Kierkegaard é considerado hoje como o pai do existencialismo, tendo dado origem a uma das suas duas grandes vertentes: o existencialismo cristão, por contraposição ao existencialismo ateísta que Sartre, de Beauvoir e outros professaram.
A ambas as visões, são comuns determinados princípios: o de que a essência de um homem é precedida pela sua existência, que forma a primeira ao longo da sua vida; o princípio da ausência de um sentido objectivo da Vida; o desenvolvimento de cada indivíduo como percurso entre que é e quem quer ser, etc.
Kierkegaard coloca particular ênfase neste último aspecto. A sua filosofia baseia-se no conceito de desespero, que o Autor considera o maior pecado mortal, implícito nas Escrituras, já que vacilar no espírito significa abandonar a fé em Deus, ainda que por breves momentos. O desespero é de três tipos: o desespero de querer ser desesperadamente o próprio Eu; o desespero de querer ser desesperadamente o Eu de outro; e o desespero de desesperadamente rejeitar o próprio Eu.
Para Kierkegaard, existe um Eu real e um Eu ideal, que constitui o projecto de vida de cada um (o que em grande medida corresponde ao que afirma Sartre: «L'homme est son propre projet»), e o desespero manifesta-se na tensão entre ambos, que considera uma realidade inevitável, uma maldição humana, um pecado mortal cometido todos os dias. A pressão normal do Existencialismo sobre o indivíduo e o projecto impossível de atingir a sua própria perfeição é particularmente forte em Kierkegaard, como se vê. Para ele, a única cura para o desespero é Deus ou outra fé, na arte ou filosofia ou amizade, por exemplo. Mas aquele persegue o homem e é a sua luta diária.
à luz do que acabei de explicar se pode compreender aquilo que Kierkegaard afirma. De facto, para ele, a vida não é concebida para o prazer, incompatível com o desespero constante de todos. Mas o sofrimento tem sempre de ser combatido, pela cura divina e pela esperança.
Søren Kierkegaard
Anotação:
Kierkegaard é considerado hoje como o pai do existencialismo, tendo dado origem a uma das suas duas grandes vertentes: o existencialismo cristão, por contraposição ao existencialismo ateísta que Sartre, de Beauvoir e outros professaram.
A ambas as visões, são comuns determinados princípios: o de que a essência de um homem é precedida pela sua existência, que forma a primeira ao longo da sua vida; o princípio da ausência de um sentido objectivo da Vida; o desenvolvimento de cada indivíduo como percurso entre que é e quem quer ser, etc.
Kierkegaard coloca particular ênfase neste último aspecto. A sua filosofia baseia-se no conceito de desespero, que o Autor considera o maior pecado mortal, implícito nas Escrituras, já que vacilar no espírito significa abandonar a fé em Deus, ainda que por breves momentos. O desespero é de três tipos: o desespero de querer ser desesperadamente o próprio Eu; o desespero de querer ser desesperadamente o Eu de outro; e o desespero de desesperadamente rejeitar o próprio Eu.
Para Kierkegaard, existe um Eu real e um Eu ideal, que constitui o projecto de vida de cada um (o que em grande medida corresponde ao que afirma Sartre: «L'homme est son propre projet»), e o desespero manifesta-se na tensão entre ambos, que considera uma realidade inevitável, uma maldição humana, um pecado mortal cometido todos os dias. A pressão normal do Existencialismo sobre o indivíduo e o projecto impossível de atingir a sua própria perfeição é particularmente forte em Kierkegaard, como se vê. Para ele, a única cura para o desespero é Deus ou outra fé, na arte ou filosofia ou amizade, por exemplo. Mas aquele persegue o homem e é a sua luta diária.
à luz do que acabei de explicar se pode compreender aquilo que Kierkegaard afirma. De facto, para ele, a vida não é concebida para o prazer, incompatível com o desespero constante de todos. Mas o sofrimento tem sempre de ser combatido, pela cura divina e pela esperança.
Donnerstag, 25. Februar 2010
A Água
Senhoras e Senhores,
sendo certo que raramente nesta casa enveredamos pelos sombrios e perversos caminhos do deboche, aqui temos um poema de elevada qualidade poética de Manuel Maria Barbosa du Bocage - e uma jóia da sua obra burlesca. Até as percepções mais susceptíveis se sentirão, seguramente, tentadas a rir um pouco.
"A Água"
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho.
Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche
e lava a boca depois de um broche.
sendo certo que raramente nesta casa enveredamos pelos sombrios e perversos caminhos do deboche, aqui temos um poema de elevada qualidade poética de Manuel Maria Barbosa du Bocage - e uma jóia da sua obra burlesca. Até as percepções mais susceptíveis se sentirão, seguramente, tentadas a rir um pouco.
"A Água"
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho.
Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche
e lava a boca depois de um broche.
Montag, 22. Februar 2010
Secundum natura
A homossexualidade e a Natureza. Será paradoxal dizer que a primeira ultraja a segunda; ou que a primeira é contra natura. Como pode isso ser possível se é ela, Natureza, que inspira estes homens e estas mulheres (lêde homossexuais) a tais práticas? Poderia ela ditar aquilo que a degrada? Não. Os homossexuais servem-na, assim, tão bem como nós, heterossexuais, a servimos e talvez a sirvam ainda mais santamente do que nós. A propagação é apenas, só e tão só, uma tolerância da Natureza. Como poderia ela ter preceituado um acto que a priva dos direitos da sua omnipotência? A propagação é apenas uma consequência das suas primeiras intenções. E que novas construções, refeitas pela sua mão, se a nossa espécie estivesse absolutamente destruída, se tornariam de novo em intenções primordiais cujo acto seria bem mais lisonjeador do seu orgulho e poder?
Através destes processos, a extinção total da raça humana nada mais é do que um serviço prestado à Natureza. Numa palavra, sobre todas as coisas eu parto sempre de um princípio: se a Natureza proibisse, ou se fossem contra natura, as práticas homossexuais, permitiria que quem as executa encontrasse nelas tanto prazer? Não. É impossível que ela possa tolerar o que verdadeiramente a ultraja. Sendo a destruição natural, uma das principais leis da Natureza (vede, recentemente, o Haiti ou a Madeira, aqui ao lado!), nada do que seja a extinção da humanidade por vias homossexuais pode ser considerado contra natura. Se não é contra natura, então serve-a. Como poderia alguma vez uma acção que tão bem serve a Natureza ultrajá-la?
É típico do Homem acreditar que a Natureza pereceria se a nossa maravilhosa espécie desaparecesse da face da Terra, ao passo que a destruição inteira desta espécie, dando à Natureza a faculdade criadora que ela nos cede, lhe devolveria as energias que lhe retirámos, propagando-nos. Mas que inconsequência!
Em suma, fica assim demonstrado que a propagação não é, de forma alguma, o objectivo da Natureza; resume-se a uma tolerância. Facilmente se conclui, então, que a homossexualidade NÃO é contra natura é sim secundum natura. Serve-a!
Através destes processos, a extinção total da raça humana nada mais é do que um serviço prestado à Natureza. Numa palavra, sobre todas as coisas eu parto sempre de um princípio: se a Natureza proibisse, ou se fossem contra natura, as práticas homossexuais, permitiria que quem as executa encontrasse nelas tanto prazer? Não. É impossível que ela possa tolerar o que verdadeiramente a ultraja. Sendo a destruição natural, uma das principais leis da Natureza (vede, recentemente, o Haiti ou a Madeira, aqui ao lado!), nada do que seja a extinção da humanidade por vias homossexuais pode ser considerado contra natura. Se não é contra natura, então serve-a. Como poderia alguma vez uma acção que tão bem serve a Natureza ultrajá-la?
É típico do Homem acreditar que a Natureza pereceria se a nossa maravilhosa espécie desaparecesse da face da Terra, ao passo que a destruição inteira desta espécie, dando à Natureza a faculdade criadora que ela nos cede, lhe devolveria as energias que lhe retirámos, propagando-nos. Mas que inconsequência!
Em suma, fica assim demonstrado que a propagação não é, de forma alguma, o objectivo da Natureza; resume-se a uma tolerância. Facilmente se conclui, então, que a homossexualidade NÃO é contra natura é sim secundum natura. Serve-a!
(Este escrito é baseado e adaptado, à realidade portuguesa, a partir dos ensinamentos de um grande Mestre da Ala Francesa.)
Soneto XLIII
When most I wink, then do mine eyes best see,
For all the day they view things unrespected;
But when I sleep, in dreams they look on thee,
And darkly bright, are bright in dark directed.
Then thou, whose shadow shadows doth make bright,
How would thy shadow's form form happy show
To the clear day with thy much clearer light,
When to unseeing eyes thy shade shines so!
How would, I say, mine eyes be blessed made
By looking on thee in the living day,
When in dead night thy fair imperfect shade
Through heavy sleep on sightless eyes doth stay!
All days are nights to see till I see thee,
And nights bright days when dreams do show thee me.
William Shakespeare
William Shakespeare
Sonntag, 21. Februar 2010
Ala Francesa
Aos vinte e um dias do mês de Fevereiro do ano da graça de dois mil e dez, funda-se, aqui neste espaço, uma nova Ala. Também europeia, mas diferente da germânica já aqui presente. Uma nova corrente estará representada no blogue; corrente essa que se passa a designar de Ala Francesa, ou Le Cercle Français.
Em nome do Código de Napoleão, de Voltaire, de Rosseau, de Comte, de Hilário de Poitiers, de Marquês de Sade, de Simone de Beauvoir, de Vanessa Paradis, de Eugène Pottier e de tantos outros:
Um Bem-Haja à Ala Francesa.
Em nome do Código de Napoleão, de Voltaire, de Rosseau, de Comte, de Hilário de Poitiers, de Marquês de Sade, de Simone de Beauvoir, de Vanessa Paradis, de Eugène Pottier e de tantos outros:
Um Bem-Haja à Ala Francesa.
Samstag, 20. Februar 2010
Der Nachgeborene
Ich gestehe es: ich
Habe keine Hoffnung.
Die Blinden reden von einem Ausweg. Ich
Sehe.
Wenn die Irrtümer verbraucht sind
Sitzt als letzter Gesellschafter
Uns das Nichts gegenüber.
O que nasceu tarde
Confesso: não
tenho qualquer esperança.
Os cegos falam de uma saída. Eu
vejo.
Quando os erros estiverem gastos,
senta-se à nossa frente, como última companhia,
o Nada.
Bertolt Brecht
Ich gestehe es: ich
Habe keine Hoffnung.
Die Blinden reden von einem Ausweg. Ich
Sehe.
Wenn die Irrtümer verbraucht sind
Sitzt als letzter Gesellschafter
Uns das Nichts gegenüber.
O que nasceu tarde
Confesso: não
tenho qualquer esperança.
Os cegos falam de uma saída. Eu
vejo.
Quando os erros estiverem gastos,
senta-se à nossa frente, como última companhia,
o Nada.
Bertolt Brecht
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Donnerstag, 18. Februar 2010
Estudantes: tomem lá disto!
Enquanto, cá, se atiram pedras ao Primeiro-Ministro, sem ele ter sido, sequer, julgado, do outro lado da barricada, na dita Monarquia Constitucional (Reino de Espanha), o antigo Primeiro-Ministro Aznar:
Sem bigode; mas com pêlo na venta.
(Pormenor da rosácea da Sé Catedral de Lisboa)
Vem conduzir as naus, as caravelas,
Outra vez, pela noite, na ardentia,
Avivada das quilhas. Dir-se-ia
Irmos arando em um montão de estrelas.
Outra vez vamos! Côncavas as velas,
Cuja brancura, rútila de dia,
O luar dulcifica... Feeria
Do luar não mais deixes de envolvê-las!
Vem guiar-nos, Arcanjo, à nebulosa
Que do além vapora, luminosa,
E à noite lactescendo, onde, quietas,
Fulgem as velhas almas namoradas...
- Almas tristes, severas, resignadas,
De guerreiros, de santos, de poetas.
Camilo Pessanha (1867-1926)
Vem conduzir as naus, as caravelas,
Outra vez, pela noite, na ardentia,
Avivada das quilhas. Dir-se-ia
Irmos arando em um montão de estrelas.
Outra vez vamos! Côncavas as velas,
Cuja brancura, rútila de dia,
O luar dulcifica... Feeria
Do luar não mais deixes de envolvê-las!
Vem guiar-nos, Arcanjo, à nebulosa
Que do além vapora, luminosa,
E à noite lactescendo, onde, quietas,
Fulgem as velhas almas namoradas...
- Almas tristes, severas, resignadas,
De guerreiros, de santos, de poetas.
Camilo Pessanha (1867-1926)
Mittwoch, 17. Februar 2010
A Cultura do Sofrimento
Em posts passados viram-me a mim, ateu, a defender o legado moral do Cristianismo.
Se bem se recordam, expliquei que as noções éticas básicas da nossa Civilização derivam da palavra do Novo Testamento, que revogou o "temor e tremor" a Deus da lei mosaica e institui como princípio fundamental o amor ao próximo, a tolerância, a dignidade da pessoa humana, e a clemência. Sem a formatação de pensamento que o Cristianismo nas suas duas variantes principais da Europa Ocidental forneceu na infância e juventude de praticamente toda a gente durante séculos, as concepções morais defendidas pelos filósofos mais influentes desde o Humanismo não teriam existido.
Locke não se teria lembrado de um estado de natureza em que não existe sociedade e o Homem vive em paz, colhendo os frutos da terra, até conhecer o crime e a cobiça e ter de se organizar e do suor do seu rosto comer o pão, e ver-se forçado a instituir um contrato social em que abdica da sua liberdade absoluta, que todos os homens terão em igual medida, para dar corpo a uma sociedade com regras aplicáveis a todos. Isto não soará vagamente ao pecado original e à expulsão de Adão e Eva do Paraíso? A corrupção das leis da natureza levando à justificação das leis do Homem?
Kant não se teria lembrado do imperativo categórico sem os ensinamentos de Cristo: não faças aos outros o que não queres que te façam a ti, por exemplo.
Em suma, o Cristianismo deu-nos valores éticos incontornáveis que hoje, em grande parte, tomamos por absolutos independentemente de sermos crentes ou não - pura e simplesmente, porque fazem parte da nossa cultura e todo o nosso pensamento neles é formatado, como foi influenciado o pensamento das gerações antes de nós.
Contudo, não é da importância do cristianismo no pensamento de um ou outro que vos quero falar. Já noutras alturas vos disse o que acho de positivo na mundividência cristã, que tanto influenciou a nossa civilização. Mas hoje, vamos olhar para o outro lado da moeda. Hoje, quero dizer-vos aquilo que acho de mais abominável no Cristianismo, sobretudo no Catolicismo, e que considero que deixou cicatrizes graves e feias na nossa cultura.
Chamo-lhe a Cultura do Sofrimento.
O ponto de partida tem de ser este: Como as restantes religiões monoteístas, o Cristianismo - e em particular, o católico - é uma religião exigente. Deus - ou, para quem Deus seja secundário, a Igreja Católica - espera muito de ti, coisas difíceis, abstinências duras, comportamentos correctos a toda a hora, e muitos, muitos sacrifícios pessoais como prova de fé. É uma religião que coloca muita pressão sobre os seus crentes. (ex: Mateus, 5, 48: «Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.»)
A violação dos deveres impostos pelo vínculo a Deus e à Igreja tem consequências não só na vida eterna, mas na vida temporal: o castigo perpétuo e constante pelas infracções cometidas é a culpa, que atrofia, a longo prazo, o estado de espírito de todos os que sentem que estão a violar os seus deveres morais e religiosos.
Ora, ainda que se assista a um grossamento das fileiras do ateísmo no último século, a verdade é que o sentimento de culpa está para ficar; e 2000 anos de educações marcadas pelas compreensões cristãs daquilo que é eticamente correcto só deixaram mais vincada na nossa mentalidade a - falsa - naturalidade do sentimento de culpa sempre que nos pareça que não fizemos sacrifícios suficientes ou que não conseguimos estar à altura do que era esperado de nós.
Vivemos numa Cultura de Sofrimento; numa cultura que se alimenta da ideia de que todo o sacrifício é um bom sacrifício, e que uma pessoa que se sacrifica até aos ossos e se dedica exclusivamente a servir os outros e a torná-los felizes é uma pessoa generosa e altruísta, e não um idiota. Serei o único a pensar que o facto de, na nossa civilização, palavras como selfless têm conotação positiva é algo de absolutamente perverso?
É isso que o Cristianismo trouxe de pior: a relativização do sofrimento individual face à satisfação alheia, de Deus, da Igreja, da Família, ou da comunidade. Alguém que não estiver disposto a aturar todo e qualquer sacrifício é considerado um egoista; e alguém que não se vir na obrigação de sofrer para agradar aos outros é posto de lado.
Vivemos numa cultura com um lado perverso: aquele que nos diz que, quanto mais nos reduzirmos e eliminarmos em prol dos outros, melhores pessoas somos; e que o sacrifício e o sofrimento, por mais inúteis que possam ser, desde que bem intencionados, são algo de bom.
«Nosso Senhor foi espancado, torturado, chicoteado, pontapeado, cuspido, humilhado e pregado a uma cruz para lá morrer em agonia - e fez isto por ti e por todos nós. E tu, meu egoísta nojento, o que estás disposto a sofrer pelos outros?»
Se bem se recordam, expliquei que as noções éticas básicas da nossa Civilização derivam da palavra do Novo Testamento, que revogou o "temor e tremor" a Deus da lei mosaica e institui como princípio fundamental o amor ao próximo, a tolerância, a dignidade da pessoa humana, e a clemência. Sem a formatação de pensamento que o Cristianismo nas suas duas variantes principais da Europa Ocidental forneceu na infância e juventude de praticamente toda a gente durante séculos, as concepções morais defendidas pelos filósofos mais influentes desde o Humanismo não teriam existido.
Locke não se teria lembrado de um estado de natureza em que não existe sociedade e o Homem vive em paz, colhendo os frutos da terra, até conhecer o crime e a cobiça e ter de se organizar e do suor do seu rosto comer o pão, e ver-se forçado a instituir um contrato social em que abdica da sua liberdade absoluta, que todos os homens terão em igual medida, para dar corpo a uma sociedade com regras aplicáveis a todos. Isto não soará vagamente ao pecado original e à expulsão de Adão e Eva do Paraíso? A corrupção das leis da natureza levando à justificação das leis do Homem?
Kant não se teria lembrado do imperativo categórico sem os ensinamentos de Cristo: não faças aos outros o que não queres que te façam a ti, por exemplo.
Em suma, o Cristianismo deu-nos valores éticos incontornáveis que hoje, em grande parte, tomamos por absolutos independentemente de sermos crentes ou não - pura e simplesmente, porque fazem parte da nossa cultura e todo o nosso pensamento neles é formatado, como foi influenciado o pensamento das gerações antes de nós.
Contudo, não é da importância do cristianismo no pensamento de um ou outro que vos quero falar. Já noutras alturas vos disse o que acho de positivo na mundividência cristã, que tanto influenciou a nossa civilização. Mas hoje, vamos olhar para o outro lado da moeda. Hoje, quero dizer-vos aquilo que acho de mais abominável no Cristianismo, sobretudo no Catolicismo, e que considero que deixou cicatrizes graves e feias na nossa cultura.
Chamo-lhe a Cultura do Sofrimento.
O ponto de partida tem de ser este: Como as restantes religiões monoteístas, o Cristianismo - e em particular, o católico - é uma religião exigente. Deus - ou, para quem Deus seja secundário, a Igreja Católica - espera muito de ti, coisas difíceis, abstinências duras, comportamentos correctos a toda a hora, e muitos, muitos sacrifícios pessoais como prova de fé. É uma religião que coloca muita pressão sobre os seus crentes. (ex: Mateus, 5, 48: «Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.»)
A violação dos deveres impostos pelo vínculo a Deus e à Igreja tem consequências não só na vida eterna, mas na vida temporal: o castigo perpétuo e constante pelas infracções cometidas é a culpa, que atrofia, a longo prazo, o estado de espírito de todos os que sentem que estão a violar os seus deveres morais e religiosos.
Ora, ainda que se assista a um grossamento das fileiras do ateísmo no último século, a verdade é que o sentimento de culpa está para ficar; e 2000 anos de educações marcadas pelas compreensões cristãs daquilo que é eticamente correcto só deixaram mais vincada na nossa mentalidade a - falsa - naturalidade do sentimento de culpa sempre que nos pareça que não fizemos sacrifícios suficientes ou que não conseguimos estar à altura do que era esperado de nós.
Vivemos numa Cultura de Sofrimento; numa cultura que se alimenta da ideia de que todo o sacrifício é um bom sacrifício, e que uma pessoa que se sacrifica até aos ossos e se dedica exclusivamente a servir os outros e a torná-los felizes é uma pessoa generosa e altruísta, e não um idiota. Serei o único a pensar que o facto de, na nossa civilização, palavras como selfless têm conotação positiva é algo de absolutamente perverso?
É isso que o Cristianismo trouxe de pior: a relativização do sofrimento individual face à satisfação alheia, de Deus, da Igreja, da Família, ou da comunidade. Alguém que não estiver disposto a aturar todo e qualquer sacrifício é considerado um egoista; e alguém que não se vir na obrigação de sofrer para agradar aos outros é posto de lado.
Vivemos numa cultura com um lado perverso: aquele que nos diz que, quanto mais nos reduzirmos e eliminarmos em prol dos outros, melhores pessoas somos; e que o sacrifício e o sofrimento, por mais inúteis que possam ser, desde que bem intencionados, são algo de bom.
«Nosso Senhor foi espancado, torturado, chicoteado, pontapeado, cuspido, humilhado e pregado a uma cruz para lá morrer em agonia - e fez isto por ti e por todos nós. E tu, meu egoísta nojento, o que estás disposto a sofrer pelos outros?»
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Dienstag, 16. Februar 2010
Onde é o Carnaval?
Freitag, 12. Februar 2010
Polvo à Lagareiro
Ingredientes:
- Um quilo e meio de polvo.
- Uma cebola.
- Duas folhas de louro.
- Seis dentes de alho.
- Meio pimento vermelho.
- Meio pimento amarelo.
- Meio pimento verde.
- Um quilo de batatas.
- Um raminho de salsa.
- Uma colher de chá de vinagre.
- Uma pitada de sal.
- Uma pitada de pimenta preta em grão.
Modo de preparação:
Cozer o belo do polvo numa panela de pressão, juntamente com a cebola inteira, com uma das folhas de louro, com a pitada de sal e com a pitada de pimenta, durante meia horinha. Depois do polvo, de quilo e meio, estar cozido toca a retirar o molusco da panela e colocar o dito cujo numa travessa de barro; fica melhor! Posto isto é só descascar os alhos, cortar os pimentos em tiras não muito finas, juntar as batatinhas, com a pele, e todos os restantes ingredientes, à travessa. Para embelezar o quadro, pode-se polvilhá-lo com salsa. Por fim, é só regar o prato com o azeite e colocá-lo no forno durante quarenta minutinhos. Quando estiver assado, é giro salpicá-lo com o vinagre e servir. Porém, pode tornar-se este prato mais suculento e apetitoso colocando, à volta do polvo, uns pedacinhos de bacon e um cravinho, isto tudo antes de levar o polvo ao forno, logicamente.
- Um quilo e meio de polvo.
- Uma cebola.
- Duas folhas de louro.
- Seis dentes de alho.
- Meio pimento vermelho.
- Meio pimento amarelo.
- Meio pimento verde.
- Um quilo de batatas.
- Um raminho de salsa.
- Uma colher de chá de vinagre.
- Uma pitada de sal.
- Uma pitada de pimenta preta em grão.
Modo de preparação:
Cozer o belo do polvo numa panela de pressão, juntamente com a cebola inteira, com uma das folhas de louro, com a pitada de sal e com a pitada de pimenta, durante meia horinha. Depois do polvo, de quilo e meio, estar cozido toca a retirar o molusco da panela e colocar o dito cujo numa travessa de barro; fica melhor! Posto isto é só descascar os alhos, cortar os pimentos em tiras não muito finas, juntar as batatinhas, com a pele, e todos os restantes ingredientes, à travessa. Para embelezar o quadro, pode-se polvilhá-lo com salsa. Por fim, é só regar o prato com o azeite e colocá-lo no forno durante quarenta minutinhos. Quando estiver assado, é giro salpicá-lo com o vinagre e servir. Porém, pode tornar-se este prato mais suculento e apetitoso colocando, à volta do polvo, uns pedacinhos de bacon e um cravinho, isto tudo antes de levar o polvo ao forno, logicamente.
Mittwoch, 10. Februar 2010
Outro poema de Rato
«O Badalo do Sino
Toca o órgão voam os corvos,
A desordem típica dos povos.
Nem sei deus, nem sei buda,
Nem sei anjo, nem sei diabo.
Apenas sei que a surda-muda
Gosta dele bem recheado!
Quem tem medo do espantalho?
Seguramente quem tem mangalho.
E quem mangalho não tem?
Quem mangalho não tem, mangalho tivesse!
Quem espantalho não é, espantalho fosse!
Mas, afinal, quem é ela!?
É branca como a neve,
É sempre viscosa, é leve!
Nela transporta toda a colheita,
É ela! A que dá pelo nome de Meita.»
---
Júlio Afonso Rato (1875-1947)
Toca o órgão voam os corvos,
A desordem típica dos povos.
Nem sei deus, nem sei buda,
Nem sei anjo, nem sei diabo.
Apenas sei que a surda-muda
Gosta dele bem recheado!
Quem tem medo do espantalho?
Seguramente quem tem mangalho.
E quem mangalho não tem?
Quem mangalho não tem, mangalho tivesse!
Quem espantalho não é, espantalho fosse!
Mas, afinal, quem é ela!?
É branca como a neve,
É sempre viscosa, é leve!
Nela transporta toda a colheita,
É ela! A que dá pelo nome de Meita.»
---
Júlio Afonso Rato (1875-1947)
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Versos perdidos da Irmandade
Gansos
Um soneto de Rato
«Soneto à República
Res publica que estás tão graciosa,
Com a boca mui húmida e venenosa.
Nunca mais tapes teus belos tetos;
Quem te beija bebe cem mil cianetos.
Toda a tua linha é bela, harmoniosa,
Sente-se o deslizar sábio da prosa.
Tentarão derrubar-te por decretos,
Mas nem com um punho de projectos.
Oh, maldita coroa, aqui repousas só,
Não voltarás a reinar neste laranjal.
Reis e tiranos que não mereceis dó:
Curvai-vos perante este novo ideal,
O vosso não passa agora de simples pó.
Viva a República, viva este Portugal!»
---
Júlio Afonso Rato (1875-1947)
Res publica que estás tão graciosa,
Com a boca mui húmida e venenosa.
Nunca mais tapes teus belos tetos;
Quem te beija bebe cem mil cianetos.
Toda a tua linha é bela, harmoniosa,
Sente-se o deslizar sábio da prosa.
Tentarão derrubar-te por decretos,
Mas nem com um punho de projectos.
Oh, maldita coroa, aqui repousas só,
Não voltarás a reinar neste laranjal.
Reis e tiranos que não mereceis dó:
Curvai-vos perante este novo ideal,
O vosso não passa agora de simples pó.
Viva a República, viva este Portugal!»
---
Júlio Afonso Rato (1875-1947)
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Um novo membro
Imperatoriam maiestatem non solum armis decoratam sed legibus opertet esse armatam - Justiniano I
Caríssimos,
é por este meio que anuncio ao mundo cruel a iniciação de Tiago Vahía Pessoa - o Pessoa - na irmandade do Ars Vitae. Os números equilibram-se: três físicos e dois juristas. Longa vida à sua nobre alma poética e republicana, à sua amável insanidade, ao seu intelecto e ao seu incomparável humor!
Que nos ilumine o nosso Jardim com muitos e variados posts. A nossa majestade imperial conjunta será armada também com o Direito!
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Versos perdidos da Irmandade
Sonntag, 7. Februar 2010
Prece de Dario
(DPd 12-24)
Thātiy Dārayavauš xšāyathiya manā Auramazdā upastām baratuv hadā vithaibiš bagaibiš utā imām dahyāum Auramazda pātuv hacā haināyā hacā dušiyārā hacâ draugā abiy imām dahyāum mā ājamiyā mā hainā mā dušiyāram mā drauga aita adam yānam jadiyāmiy Auramazdām hadā vithaibiš bagaibiš aitamaiy yānam Auramazdā dadātuv hadā vithaibiš bagaibiš
Diz Dario, rei:
Possa Ahuramazda com os deuses da casa real trazer o meu auxilio e possa Ahuramazda proteger este país de inimigos, da fome e da mentira. Contra este país não haja exército nem fome nem mentira.
Isto eu peço em favor a Ahuramazda e aos deuses da casa real possa Ahuramazda com os deuses da casa real dar este favor.
Freitag, 5. Februar 2010
Contemplação
As livres nuvens que leves percorrem
Em vivaz passeio o amplo céu largo
Pontes irreais como perto estão.
Não se alcançam
Espaço uno divide-se em dois
De além e aquém da nossa condição
De dentro e fora do que somos feitos
E o que nos molda
E em nós que o quebrámos reúne
Matéria nova que ressurge d’onde
Anciã partiu em ciclo perpétuo
Centro que somos
Em vivaz passeio o amplo céu largo
Pontes irreais como perto estão.
Não se alcançam
Espaço uno divide-se em dois
De além e aquém da nossa condição
De dentro e fora do que somos feitos
E o que nos molda
E em nós que o quebrámos reúne
Matéria nova que ressurge d’onde
Anciã partiu em ciclo perpétuo
Centro que somos
Pedro Afonso Cosme, Outono 2008
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